Harvard recebe mais doações após ameaças de Trump
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A Universidade Harvard passou a receber mais doações após Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, congelar financiamento e fazer ameaças à instituição, segundo o New York Times.
O que aconteceu
O ex-presidente Barack Obama, o senador Bernie Sanders e outros ex-alunos participam do movimento. Eles fizeram manifestações públicas a favor de Harvard após Trump adotar medidas contra a instituição. Além dos ex-alunos, professores como Laurence Tribe, da faculdade de direito, também participam da iniciativa.
Universidade se negou a atender demandas feitas por Trump. O presidente solicitou à instituição que checasse o trabalho de seus professores em busca de possíveis casos de plágio e informasse às autoridades sobre alunos estrangeiros que quebrassem regras — o que indignou os responsáveis por Harvard.
Como pedidos não foram atendidos, Trump congelou financiamento à universidade. Além do cancelamento de um repasse de 2,3 bilhões de dólares à instituição, o presidente americano afirmou também que tentará revogar uma isenção de impostos da qual Harvard desfruta hoje.
Para Trump, Harvard não fez o suficiente para combater casos de antissemitismo. Segundo o New York Times, a posição foi abraçada por alguns ex-alunos que eram doadores da universidade e deixaram de financiá-la nos últimos tempos. Para o Clube Republicano de Harvard, a instituição sofreu "captura ideológica".
Diferentemente das universidades brasileiras de maior prestígio, Harvard é uma instituição privada. A universidade foi fundada há quase 400 anos, não tem fins lucrativos e se mantém por meio de dinheiro enviado por doadores e repassado pelo governo americano.
Harvard x Trump
"Sem financiamento federal, trabalho será interrompido no meio do caminho", diz Harvard em seu site. "Os pesquisadores não terão os recursos necessários para concluir os projetos em andamento ou financiar novas iniciativas", afirma a instituição.
"A universidade não abrirá mão da sua independência nem dos seus direitos constitucionais", afirmou reitor. Segundo Alan Garber, "nenhum governo, seja ele qual for, pode ditar o que as universidades devem ensinar, quem elas devem contratar e em que áreas de estudo e pesquisa devem seguir".
Harvard toma rumo diferente do adotado por universidades Columbia e Northwestern. Após receberem demandas de Trump, as duas universidades optaram pelo caminho da negociação para não perderem financiamento do governo americano e se tornaram alvo de novos pedidos depois de terem atendido às primeiras solicitações.
Na quinta (17), congressistas republicanos anunciaram que vão investigar Harvard. Eles pediram à universidade dados sobre suas práticas de contratação, programas de diversidade e os protestos pró-Palestina ocorridos no campus no ano passado. Os pedidos estão em sintonia com declarações recentes de Trump.
Presidente disse que universidade é "obviamente antissemita" e uma "desgraça". Durante coletiva de imprensa ontem na Casa Branca, Trump fez diversos ataques à instituição.
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