Trump diz que espera acordo entre Rússia e Ucrânia ainda 'nesta semana'
Do UOL, em São Paulo
20/04/2025 19h55
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje que espera um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia "nesta semana".
O que aconteceu
Declaração foi feita na rede social Truth Social. Sem dar maiores detalhes de como será o acordo, o republicano antecipou "grandes negócios com os Estados Unidos" para ambas as partes caso seja assinada uma trégua para o conflito iniciado em 2022.
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"Espera-se que Rússia e Ucrânia cheguem a um acordo esta semana", publicou Trump. Washington tenta impulsionar um acordo de paz desde que o republicano assumiu o cargo, no fim de janeiro.
EUA ameaçaram abandonar mediação. Apesar da publicação de Trump hoje, na última sexta-feira, o governo norte-americano ameaçou abandonar os esforços para intermediar um acordo de paz, caso não houvesse um progresso significativo. A declaração foi feita por Trump e seu secretário de Estado, Marco Rubio. Anteriormente, o presidente dos EUA também já havia proposto um cessar-fogo completo e incondicional, aceito por Kiev sob pressão de Washington, mas rejeitado por Putin.
Pressão de Trump ainda não teve efeito. O republicano tem pressionado Moscou e Kiev a concordarem com uma trégua, mas não conseguiu extrair nenhuma concessão importante do Kremlin, apesar das repetidas negociações entre seu governo e a Rússia.
Promessa de campanha. Durante sua corrida eleitoral, Trump prometeu acabar com a guerra na Ucrânia em suas primeiras 24 horas na Casa Branca. Ele moderou essa afirmação ao assumir o cargo, sugerindo um acordo até abril ou maio, à medida que os obstáculos aumentavam.
Negociações ocorrem na Arábia Saudita. Tanto a Ucrânia quanto a Rússia compareceram às negociações intermediadas pelos EUA na Arábia Saudita, que resultaram em um cessar-fogo parcial, mas nada mais. Enquanto isso, a guerra continua. Um recente ataque de mísseis russos que atingiu Sumy, no nordeste da Ucrânia, matando 35 pessoas — um ataque que Trump chamou de "erro".
Putin quer Ucrânia fora da Otan. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que quer que a Ucrânia desista de suas ambições de se juntar à aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte, que a Rússia controle a totalidade de quatro regiões ucranianas que reivindicou como suas e que o tamanho do Exército ucraniano seja limitado. Kiev diz que essas exigências são equivalentes a exigir sua rendição.
Trégua do feriado de Páscoa chegou ao fim
Cessar-fogo das tropas russas na Ucrânia durante a Páscoa não será estendido. Declaração foi feita pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo a agência de notícias russa Tass. A trégua terminou às 18h de hoje, no horário de Brasília.
Acordo foi anunciado no sábado. Pausa de 30 horas no conflito foi proposta pelo presidente Vladimir Putin por causa do feriado de Páscoa. Declaração do porta-voz russo foi publicada após o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sugerir a extensão da trégua por 30 dias.
Rússia e Ucrânia culparam uma a outra por violação do cessar-fogo. Putin, que enviou milhares de tropas russas para a Ucrânia em fevereiro de 2022, ordenou que as forças russas "interrompessem todas as atividades militares" ao longo da linha de frente da guerra, que já dura três anos, até a meia-noite do horário de Moscou no domingo.
Trégua foi marcada por acusações de violações no acordo. Zelensky afirmou que a Rússia desrespeitou o cessar-fogo temporário anunciado pelo Kremlin e informou que está documentando cada violação.
Zelensky afirmou hoje que houve 1.355 bombardeios da Rússia durante o domingo de Páscoa. Destes, 713 foram feitos com armamento pesado. "Na prática, das principais linhas de frente, a Rússia falhou em manter sua própria promessa de cessar fogo", publicou no X.
Guerra destruiu 2,5 milhões de lares
A guerra começou em fevereiro de 2022. Para tentar justificar a agressão, os russos alegaram que a Ucrânia estava tentando ingressar na Otan.
Mais de 10% das casas da Ucrânia foram destruídas. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), 2,5 milhões de lares foram destruídos até o momento, 13% do total do país. O custo da reconstrução é estimado em US$ 524 bilhões.
Quase 100 mil soldados mortos. As estimativas de vítimas são falhas, mas a imprensa ocidental relata entre 50 mil a 100 mil mortos apenas entre os soldados em combate. A missão da ONU de monitoramento dos direitos humanos na Ucrânia já identificou 12.500 civis mortos e cerca de 28.400 feridos. Mas o número real de vítimas é "provavelmente muito, muito, muito maior", diz Danielle Bell, chefe da missão.