Perda de parte do pulmão, infecção: relembre os problemas de saúde do papa

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O papa Francisco, 88, morreu na manhã de hoje em decorrência de um AVC e insuficiência cardíaca, anunciou o Vaticano. Neste ano, o pontífice lutou contra uma infecção que resultou em um quadro respiratório grave.
Além de condições pulmonares, Jorge Mario Bergoglio teve um histórico de cirurgias, dores crônicas e problemas de saúde mental.
A seguir, veja detalhes do histórico médico do pontífice que ficou 12 anos à frente da Igreja Católica.
Retirada de parte do pulmão
No início de sua vida religiosa, ele teve de remover o lobo superior de um dos pulmões. A cirurgia foi feita em 1957, quando o argentino tinha 21 anos, mas a informação veio a público em 14 de março de 2013, um dia após ter sido escolhido papa. O motivo foi uma inflamação na pleura, membrana que reveste os pulmões.
A retirada de parte do pulmão foi necessária por causa de três cistos. "Quando me recuperei da anestesia, a dor que senti foi muito intensa. Não é que eu não estivesse preocupado, mas sempre tive a convicção de que seria curado", disse Francisco numa entrevista concedida em 2019.
Nunca senti limitação em minhas atividades. Mesmo em várias viagens internacionais nunca tive que limitar ou cancelar nenhuma das atividades programadas. Nunca senti cansaço ou falta de ar. Conforme os médicos me explicaram, o pulmão direito se expandiu e cobriu todo o hemitórax ipsilateral. Papa Francisco, em 2019
Retirada da vesícula biliar
Em 1980, Francisco foi operado para retirar a vesícula biliar. Em 2014, o papa recebeu na residência de Santa Marta, no Vaticano, o médico argentino Juan Carlos Parodi, responsável pela cirurgia. Na ocasião, o chefe da Igreja Católica o agradeceu por "ter salvado a sua vida".
Cirurgia de catarata
Papa foi submetido a uma cirurgia de catarata em total sigilo, em 2019. O procedimento foi supostamente realizada na clínica Pio 11, em Roma, e a informação foi revelada pelo jornal italiano "Il Messaggero" em dezembro de 2019. O jornal da capital italiana não comunicou a data da operação, mas informações extraoficiais afirmam que ela aconteceu no meio do ano, quando Francisco limitou suas atividades. A intervenção não foi confirmada pelo Vaticano.
Cirurgia no cólon
Em julho de 2021, ele ficou dez dias internado em um hospital de Roma. O papa teve 33 cm de seu cólon removidos em uma operação de seis horas que visava tratar uma condição dolorosa do intestino chamada diverticulite. Ele disse em 2023 que a condição havia retornado. Em uma entrevista à Reuters em 2022, Francisco descartou como "fofoca de tribunal" os rumores de que um câncer teria sido encontrado durante a cirurgia de 2021. O médico que o operou desde então confirmou que não havia câncer.
Saúde mental
Ele contou, em 2021, que consultou um psiquiatra na Argentina quando era um jovem padre. Segundo ele, o profissional o ajudou a lidar com a ansiedade durante a época da ditadura militar. O papa disse que aprendeu a lidar com o problema por meio de vários mecanismos, incluindo ouvir a música de Johann Sebastian Bach.
Problemas de locomoção
Francisco sofreu com problemas nas costas e no joelho por muitos anos. Ele tinha uma condição crônica do nervo ciático que causava dor nas costas, quadril e pernas, o que o levou a fazer sessões regulares de fisioterapia. Também desenvolveu um problema permanente no joelho, que o fez cancelar compromissos.
Infecções respiratórias
Desde a retirada de parte do pulmão, o pontífice sofreu repetidas gripes e problemas relacionados ao quadro. Em março de 2023, foi internado por uma infecção respiratória, depois de reclamar que tinha dificuldade para respirar. Francisco ficou três noites no hospital e se recuperou rapidamente após receber antibióticos.
No começo deste ano, foi internado novamente para tratar uma bronquite. Ele foi diagnosticado com uma infecção polimicrobiana, ou seja, mais de um agente infeccioso estava causando o problema. Francisco ficou 37 dias internado, período no qual seu quadro de saúde era preocupante. O médico responsável por seu tratamento, Sergio Alfieri, afirmou no fim de março que o o pontífice correu riscos sérios de morrer.
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