Sé vacante: o que muda na missa e outras celebrações na ausência do papa
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Com a morte do papa Francisco hoje, a missa e outras celebrações cotidianas da Igreja Católica sofrem uma mudança até que o novo pontífice seja escolhido.
O que está acontecendo
Desde o anúncio da morte de Francisco, na madrugada de hoje, as missas da Igreja Católica passaram a omitir o nome do papa na chamada Prece Eucarística. Essa oração é feita pouco antes da reza do "Pai Nosso" na celebração.
A oração sempre é feita em intenção da Igreja, do papa, do bispo e da comunidade local. O pontífice e o bispo são citados nominalmente, nessa ordem. Mas, com a "sé vacante" — período em que o cargo de pontífice está vago —, o nome do papa é omitido: na lista de intenções, passa-se diretamente da Igreja ao bispo, segundo explica Lino Rampazzo, doutor em teologia pela Pontifícia Università Lateranense de Roma e professor nos cursos de filosofia e teologia da Faculdade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP).
É um momento muito importante da celebração, em que se reza pela unidade da Igreja, como tem sido desde que, no final do século 1º, foi definida a autoridade de Roma e do papa como sucessor do apóstolo Pedro.
Lino Rampazzo, professor da Faculdade Canção Nova
Essa mudança na oração vale para qualquer celebração católica em que for rezada. Todos os rituais podem ser mantidos mesmo com a vacância no cargo de papa, liderados por outros sacerdotes. A canonização do jovem "influencer" Carlo Acutis, marcada para o próximo domingo (27), foi adiada. Havia tanto a opção de ser adiada quanto a de ser realizada normalmente por um cardeal, pois o papa Francisco já tinha dado a aprovação, diz o professor.
Rampazzo lembra que a união era um dos valores defendidos pelo papa Francisco. A misericórdia pela humanidade vinha em primeiro lugar para ele, que defendia a "volta ao Evangelho": retornar aos princípios e ensinamentos fundamentais de Jesus Cristo de fé, caridade e proximidade do povo.
A Igreja considera importante o sacramento do matrimônio, mas Francisco acolhia a todos, também os casais de segunda união. Visitou países menos valorizados, como Mianmar e o Timor Leste, nomeou o primeiro cardeal da Mongólia. Pela primeira vez, colocou uma mulher, uma religiosa, em um cargo importante na Cúria Romana [a irmã Simona Brambilla foi nomeada em janeiro prefeita do Dicastério vaticano para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica]. Estamos rezando pela [manutenção da] 'volta ao Evangelho'.
Lino Rampazzo, professor da Faculdade Canção Nova
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