Homem que tentou matar papa João Paulo 2º quer ir a funeral de Francisco
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O turco Mehmet Ali Agca, autor do atentado contra o papa João Paulo 2º, em 1981, pediu permissão às autoridades italianas para comparecer ao funeral do papa Francisco, que morreu ontem aos 88 anos.
O que aconteceu
Ali Agca, 67, fez o pedido por meio de um vídeo. A gravação, que tem pouco mais de três minutos, foi publicada no YouTube pelo advogado do homem, Riccardo Sindoca, no mesmo dia da morte de Francisco.
O autor do atentado começa dizendo que lamenta a perda. ''Expresso minhas condolências pela morte do Papa Francisco, que, afinal, fez o melhor que pôde pela paz mundial e pela convivência pacífica entre todos os povos do mundo'', falou.

Ali é proibido de entrar na Itália e, por isso, pede permissão para comparecer ao evento. Em 2014, a justiça italiana decidiu pela sua expulsão definitiva do país após o homem depositar flores no túmulo de João Paulo 2º.
Na gravação, ele fala também sobre o desejo de participar das homenagens finais ao pontífice, que serão feitas no próximo sábado. ''Peço ao governo italiano e ao governo do Vaticano que me permitam participar pessoalmente do funeral do Papa Francisco'', solicita. Ali explica que Riccardo Sindoca também fará um pedido formal às autoridades do país.
Repito ao Vaticano: deixem de lado todos os pensamentos inúteis. Acolham-me, para que possamos cooperar apenas com o intuito de ajudar a humanidade rumo ao fim do mundo
Mehmet Ali Agca
Relembre o caso

Agca, na época com 23 anos, tentou assassinar o João Paulo 2º no dia 13 de maio de 1981. Ele fez disparos contra o então papa durante um ato na praça São Pedro do Vaticano. O religioso foi ferido no abdômen com quatro balas, mas sobreviveu.
O criminoso foi detido no mesmo momento. Depois de 19 anos de detenção na Itália, o turco foi extraditado em 2000 para seu país, onde esteve preso pelo assassinato de um jornalista, Abdi Ipekçi, dois assaltos a mão armada e uma fuga da prisão - delitos que cometeu nos anos 1970. Foi libertado em 2010.
A motivação do atentado nunca foi revelada. A polícia, no entanto, descobriu ligações do homem com um grupo de extrema-direita turco, o Lobos Grises. Durante o processo, questões relacionadas à saúde mental dele também foram questionadas diversas vezes.
O papa João Paulo 2º ofereceu perdão a ele pessoalmente. Dois anos após o ocorrido, o líder da igreja católica o visitou em sua cela na Itália e disse que lhe perdoava pela tentativa de assassinato.
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