Conteúdo publicado há 25 dias

Josias: Milei e Trump têm religiosidade cenográfica e praticam proselitismo

Líderes de direita como Javier Milei e Donald Trump exibem uma religiosidade de conveniência após duras críticas ao papa Francisco, analisou o colunista Josias de Souza na edição de hoje do UOL News.

Os presidentes da Argentina e dos Estados Unidos confirmaram que irão a Roma para acompanhar o funeral do papa. Milei, que já chamou o pontífice de "representante do maligno na Terra", agora disse que "foi uma honra conhecê-lo, apesar das diferenças".

Esses líderes da direita mundial, como Javier Milei, Donald Trump e Jair Bolsonaro, têm uma religiosidade cenográfica. A eles convém a religiosidade quando ela os aproxima do eleitorado que tem pendores cristãos e segue os valores dela. Nessa hora, convém se aproximar do metafísico.

O que eles estão buscando, porém, é outra coisa: um proselitismo político que os mantenha conectados com esse nicho do eleitorado. A religiosidade é muito forte na Argentina e no Brasil. Nos EUA, também há católicos, evangélicos e protestantes. Então convém a esses líderes manter essa conexão com o divino. Mas todos sabemos, pelos próprios atos, que essa ligação é frágil e cenográfica. Josias de Souza, colunista do UOL

Josias ressaltou que tanto Milei como Trump, que agora cobrem o papa Francisco de elogios, colocaram em prática diversas medidas que contrariam os ideais defendidos pelo pontífice.

Ninguém que tenha preocupação com a religião faz o que Milei faz na Argentina, com um descaso hediondo pelos mais pobres, ou o que Trump tem feito nos EUA com deportações e humilhações de pessoas pobres, algemados nos pés e nas mãos, acorrentados pela cintura. Uma pessoa assim não tem esses valores todos no coração. Eles fazem crer que têm.

Agora que o papa morreu, todos estão se condoendo e vão se solidarizar com ele, que demonstrou apreço pelos mais pobres e os aproximou da Igreja. O papa estava ao lado de todos aqueles que têm algum drama pessoal e sofrem por alguma razão. Convém a eles exercer essa religiosidade de fancaria. Só os ingênuos caem nisso. Josias de Souza, colunista do UOL

Novo papa será de diálogo e não haverá retrocesso, diz cardeal

O próximo papa deve seguir o caminho do diálogo e não regredir nos avanços trazidos por Francisco, avaliou dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito da Arquidiocese de Aparecida (SP), em entrevista ao UOL News. O cardeal, que participou do conclave que escolheu Francisco como papa em 2013, não apontou favoritos, mas traçou um perfil do provável escolhido para liderar a Igreja Católica.

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Não haverá retrocesso. O futuro papa será um homem do diálogo, próximo das pessoas e que levará uma vida simples, como foi a do papa Francisco.

No começo, esses avanços todos causam uma certa preocupação e estranheza. Realmente foram passos inovadores na Igreja. Evidentemente, é preciso que esse processo continue amadurecendo dentro da Igreja e prossiga. Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito da Arquidiocese de Aparecida (SP)

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Opinião

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