Cardeais-chave: quem são os chefes do Vaticano até escolha de novo papa

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Com a morte do papa Francisco ontem, aos 88 anos, iniciou-se uma reestruturação completa de toda a cúpula do Vaticano, que incluirá a escolha de um novo líder da Igreja Católica. Enquanto isso, as principais decisões ficam nas mãos de 3 cardeais.
O que aconteceu
O camerlengo irlandês Kevin Joseph Farrell, de 77 anos, tornou-se o chefe de Estado interino do Vaticano. Ordenado sacerdote em 1978, ele atuou, majoritariamente, no México e nos Estados Unidos, onde celebrava missas em espanhol e se dedicava a questões relacionadas à migração.
Farrel foi nomeado camerlengo por Francisco em 2019. O cardeal anunciou a morte do papa, selou seus aposentos e destruiu o Anel do Pescador. Até a escolha de um novo papa, tem em mãos a função de organizar o funeral e de administrar a Igreja. Farrel e os demais cardeais, porém, não podem tomar decisões que excedam o período de sucessão ou invadam prerrogativas papais.
Já o italiano Giovanni Battista Re, de 91 anos, é o responsável pela organização do conclave. Re ingressou no seminário aos 11 anos, logo depois da Segunda Guerra Mundial. Trabalhou no Panamá e no Irã. Foi ordenado bispo em 1987 e cardeal em 2001, ambos pelo papa João Paulo 2º.
O italiano convocará os religiosos para o conclave e marcará a data da primeira congregação. O encontro dará início a uma sequência de reuniões em que os cardeais devem formar alianças para a escolha de um novo pontífice.
Decisão tomada, o cardeal francês Dominique Mamberti, de 73 anos, será o responsável por anunciar o nome do novo líder católico, proferindo a esperada frase: "Habemus Papam". Ordenado padre na França, em 1981, Mamberti nasceu no Marrocos, e foi em países da região, como Sudão, Eritreia e Somália, que exerceu sua carreira.
Em 2006, o papa Bento 16 o nomeou secretário para as Relações com os Estados, tornando-o o principal diplomata da Santa Sé. Em 2024, foi nomeado protodiácono da igreja por Francisco, ficando encarregado de auxiliar o papa em seus deveres como bispo de Roma.
Vice-camerlengo é brasileiro
O arcebispo dom Ilson de Jesus Montanari é um dos camerlengos que vai ajudar na organização do funeral do papa Francisco.
Natural de Sertãozinho, interior de São Paulo, Montanari é funcionário direto do pontífice. Ele é vice-camerlengo e, na ausência do titular Kevin Farrell, o arcebispo brasileiro assume as funções do irlandês.
Montanari foi escolhido pelo papa Francisco em 2013 para ser secretário da Congregação para os Bispos. Em 2020, ele foi nomeado por Francisco como vice-camerlengo. As funções desse cargo e do titular são fundamentais, principalmente no período de Sé Vacante, quando não há nenhum pontífice em atividade.
O arcebispo paulista é formado em direito, economia e filosofia. Montanari também cursou teologia na Universidade Gregoriana, em Roma, e foi ordenado padre em 1989 na sua cidade natal, Sertãozinho.
Morte do papa Francisco

Vaticano confirmou a morte de Jorge Mario Bergoglio, 88, na manhã de hoje. Causa da morte ainda não foi informada, mas Francisco fez aparições públicas ao longo da semana, andando de Papamóvel e abençoando fiéis na manhã de ontem.
Ele estava em processo de recuperação de uma doença. O papa passou 37 dias internado em um hospital de Roma após um quadro de bronquite e pneumonia. Ao receber alta, ele foi orientado a repousar por dois meses.
Apesar da orientação, Francisco fez uma sequência de aparições públicas na Semana Santa. Além de saudar fiéis, ele recebeu o vice-presidente dos Estados Unidos e visitou um presídio de Roma.
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