Conteúdo publicado há 28 dias

Novo papa será de diálogo e não haverá retrocesso, diz cardeal

O próximo papa deve seguir o caminho do diálogo e não regredir nos avanços trazidos por Francisco, avaliou dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito da Arquidiocese de Aparecida (SP), em entrevista ao UOL News hoje.

O cardeal, que participou do conclave que escolheu Francisco como papa em 2013, não apontou favoritos, mas traçou um perfil do provável escolhido para liderar a Igreja Católica. Dom Raymundo, de 88 anos, não pode votar agora por ter ultrapassado a idade limite de 80 anos.

Não haverá retrocesso. O futuro papa será um homem do diálogo, próximo das pessoas e que levará uma vida simples, como foi a do papa Francisco.

No começo, esses avanços todos causam uma certa preocupação e estranheza. Realmente foram passos inovadores na Igreja. Evidentemente, é preciso que esse processo continue amadurecendo dentro da Igreja e prossiga. Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito da Arquidiocese de Aparecida (SP)

Dom Raymundo ressaltou que a Igreja Católica não pode fechar os olhos para o mundo moderno, mesmo se algumas linhas de pensamento gerarem tensões internas.

Sempre estive em plena comunhão com o papa Francisco. Para nós, o papa é sempre o princípio e o fundamento da unidade da fé. Onde o papa está, a Igreja está. Podemos às vezes discordar de uma posição dele no campo político e econômico, mas com todo respeito acolhi a sua palavra iluminadora.

Em nenhum momento se tratou de problemas de ordem moral e inovações na parte teológica, da fé. Cada um tem seu estilo e sua maneira de conduzir a Igreja, com sua formação e cultura. É normal haver essas tensões. Isso em si não é um problema.

A Igreja é essa unidade na diversidade. Ela é uma uniformidade, e é isso o que a enriquece. Daí a importância de um papa que seja capaz de dialogar e de caminhar junto com a participação de todos, mas não de olhos fechados para a realidade do mundo. O Evangelho está aí para iluminar a vida das pessoas e sempre ao lado dos mais necessitados e pobres, porque muitas vezes são indefesos. Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito da Arquidiocese de Aparecida (SP)

Josias: Milei e Trump têm religiosidade cenográfica e praticam proselitismo

Líderes de direita como Javier Milei e Donald Trump exibem uma religiosidade de conveniência após duras críticas ao papa Francisco, analisou o colunista Josias de Souza.

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Esses líderes da direita mundial, como Javier Milei, Donald Trump e Jair Bolsonaro, têm uma religiosidade cenográfica. A eles convêm a religiosidade quando ela os aproxima do eleitorado que tem pendores cristãos e segue os valores dela. Nessa hora, convém se aproximar do metafísico.

O que eles estão buscando, porém, é outra coisa: um proselitismo político que os mantenha conectados com esse nicho do eleitorado. A religiosidade é muito forte na Argentina e no Brasil. Nos EUA, também há católicos, evangélicos e protestantes. Então convém a esses líderes manter essa conexão com o divino. Mas todos sabemos, pelos próprios atos, que essa ligação é frágil e cenográfica. Josias de Souza, colunista do UOL

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