Os guardiões do papa: quem são os homens por trás das vestes coloridas

A Guarda Suíça Pontifícia se destaca em meio ao mar de fiéis na Praça São Pedro. Os homens de estatura imponente, postura impecável e uniformes listrados em azul, vermelho e amarelo chamam a atenção como personagens de uma pintura viva. Parecem saídos de um quadro de Rafael e, de fato, carregam a herança visual e histórica do Renascimento. Mas por trás das vestes elaboradas, estão soldados treinados, disciplinados e profundamente comprometidos com a missão de proteger o líder espiritual da Igreja Católica.

A guarda foi fundada em 1506 por ordem do papa Júlio 2º, e todos os anos, desde então, no dia 6 de maio, os novos recrutas prestam juramento ao papa. A data é simbólica: neste dia, no ano de 1527, 147 guardas morreram defendendo o papa Clemente 7º do ataque de 20 mil soldados do imperador Carlos 5º, no episódio conhecido como o Saque de Roma. Dos 189 guardas presentes, apenas 42 sobreviveram.

Ainda não há certeza se com a morte de Francisco, o juramento ocorrerá na mesma data ou será mudado à espera do futuro papa. Segundo uma fonte do Vaticano, ainda não foi dada nenhuma indicação sobre o ato. "Essa é uma decisão do Colégio dos cardeais e até agora não foi dada nenhuma indicação sobre uma possível mudança de data."

Quem pode fazer parte da guarda do papa?

O seleto exército hoje conta com 135 homens e é obrigatório ser suíço, católico, ter entre 19 e 30 anos e no mínimo altura de 1,74 metro. As exigências ainda incluem ter boa saúde, uma reputação impecável e servir pelo menos por 26 meses.

Para entrar na guarda tem que ser solteiro. Desde 2018, porém, graças a ordem do papa Francisco, eles podem casar desde que tenham cumprido três anos de serviço e obtenham permissão oficial.

Para ser um deles, é preciso ter concluído o serviço militar na Suíça e ter diploma do ensino médio ou técnico. Mulheres ainda não são admitidas.

Uniformes chamativos e armados

Cada uniforme é feito sob medida e ordenados com o nome de cada militar. O visual colorido foi desenhado em 1914 pelo comandante Jules Repond, inspirado em um afresco de Rafael. As cores azul, vermelho e amarelo remetem à família Médici, de Clemente 7º.

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Apesar da aparência cerimonial, a Guarda Suíça é treinada como qualquer força moderna. Eles portam pistolas, coletes à prova de balas e têm formação em vigilância, defesa pessoal, controle de multidões e estratégias antiterrorismo. Em missões discretas, usam roupas civis e operam em conjunto com a Gendarmaria Vaticana, a força policial do Vaticano.

Proteger o papa sobre todas as formas é obrigação. Mesmo sendo um grupo pequeno, eles têm uma missão que é séria: proteger o pontífice, se for necessário com a própria vida.

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