De Fidel Castro a Holocausto: papa Francisco escreveu dez livros; veja

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O papa Francisco, que morreu aos 88 anos em decorrência de um AVC e de insuficiência cardíaca, publicou mais de dez livros antes de assumir o papado. Entre suas obras, estão títulos sobre o líder cubano Fidel Castro e reflexões sobre o Holocausto.
O que aconteceu
Um dos livros trata das relações entre o papa João Paulo 2º e Fidel Castro. "Dialogos entre Juan Pablo II y Fidel Castro" ("Diálogos entre João Paulo 2º e Fidel Castro") foi publicado em 1998. Na obra, Bergoglio sustenta que Fidel queria uma aliança entre cristãos e socialistas.
O livro contém críticas ao regime cubano e ao socialismo. "[Fidel] prosseguiu as suas tentativas de encontrar e demonstrar a convergência ou ponto de conexão entre o catolicismo e os princípios da revolução", escreveu o religioso no livro.

Em 2010, Bergoglio publicou a obra "Sobre el cielo y la tierra" ("Sobre o céu e a terra"). Escrita com o rabino argentino Abraham Skorka, o livro traz reflexões presentes em diálogos entre ambos, ao longo de duas décadas, sobre vários temas, como o Holocausto, Deus, fundamentalismo, ateísmo, morte e capitalismo.

Em 2005, foi publicada a obra "Corrupción y pecado". Reedição de um artigo escrito em 1991 no qual Bergoglio trata das razões subjetivas e afetivas que levam os indivíduos a praticar atos de corrupção. No texto, o pontífice diz que "o pecado se perdoa, mas a corrupção não pode ser perdoada".
Na base de toda a atitude corrupta há um cansaço de transcendência: frente a Deus, que não se cansa de perdoar, o corrupto (..) cansa de pedir perdão.
A obra de Bergoglio ainda traz volumes sobre religião e educação. "Meditação sobre Religiosos", "Reflexões sobre a vida apostólica", "Reflexões de esperança", "Sobre a acusação a si mesmo", "O verdadeiro poder é o servir", "Desafios para Educadores Cristãos", "Educar, Eleger a Vida", "Educar: exigência e paixão" são alguns dos outros títulos.
Ele também escreveu livros com reflexões sobre a construção da Argentina. São eles "A nação por construir", "Colocar a pátria no ombro".
Perfil conservador
Na Argentina, Bergoglio é conhecido pelo conservadorismo e pela batalha contra o kirchnerismo. O prelado também é reconhecido por ser um intenso defensor da ajuda aos pobres. O argentino costuma apoiar programas sociais e desafiar publicamente políticas de livre mercado.
Em 2010, entrou em controvérsia pública com a então presidente da Argentina Cristina Kirchener. Na ocasião, ele afirmou que a adoção feita por casais gays provoca discriminação contra as crianças.
Papa Francisco nasceu em Buenos Aires e começou a carreira eclesiástica no norte da Argentina
Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, capital da Argentina, em 17 de dezembro de 1936. Ele foi o primeiro papa latino-americano da história da Igreja Católica,
Foi ordenado sacerdote em 13 de setembro de 1969. O jesuíta foi nomeado bispo titular de Auca e auxiliar de Buenos Aires pelo papa João Paulo 2º em 20 de maio de 1992. No mesmo ano, ele foi confirmado como bispo titular da capital argentina em 27 de junho.
A nomeação como arcebispo também foi feita por João Paulo 2º em 3 de junho de 1997. Chegou ao posto de cardeal pelas mãos do mesmo papa em 21 de fevereiro de 2001.
Bergoglio foi o 266ª papa da história da Igreja Católica. Filho de um casal de italianos — Mario e Regina Bergoglio —, o religioso jesuíta chegou a se formar como técnico químico, mas logo abraçou o sacerdócio e começou seus estudos religiosos no seminário de Villa Devoto, bairro da capital argentina. Estudou na faculdade de teologia do colégio de San José, em San Miguel de Tucumán, cidade no norte da Argentina.
Seu sacerdócio começou em 1969. Neste mesmo ano em que foi para Espanha completar sua formação intelectual de jovem sacerdote na universidade Alcalá de Henares, em Madri. A partir de seu retorno à Argentina, em 1972, continuou sua carreira apostólica no norte do país, na mesma San Miguel de Tucumán.
Bergoglio retornou a Europa em 1986, na Alemanha, para concluir seu doutorado. Ele acabou retornando ao seu país no mesmo ano para assumir o cargo de diretor espiritual e confessor da Companhia de Jesus, em Córdoba. Seu retorno à cidade natal aconteceu em 1992, quando foi nomeado por João Paulo 2º bispo de Auca e auxiliar de Buenos Aires.
*Com informações de textos publicados em 2013.
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