Zelensky diz que falou sobre trégua 'incondicional' com Trump no Vaticano

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Os presidentes dos Estados Unidos e Ucrânia, Donald Trump e Volodymyr Zelensky, se encontraram rapidamente na basílica de São Pedro durante o funeral do papa Francisco.
O que aconteceu
Nas redes sociais, Zelensky afirmou que reunião com Trump no Vaticano "tem potencial para se tornar histórica". "Boa reunião. Discutimos muito, um a um. Esperando resultados em tudo o que abordamos. Proteger a vida de nosso povo. Cessar-fogo total e incondicional", escreveu o ucraniano.
"Paz confiável e duradoura que evitará o início de outra guerra. Reunião muito simbólica que tem potencial para se tornar histórica, se alcançarmos resultados conjuntos. Obrigado @POTUS", completou, numa referência ao presidente dos EUA.
O diretor de comunicações da Casa Branca, Steven Cheung, também falou sobre o encontro dos líderes. "O presidente Trump e o presidente Zelensky se reuniram em particular hoje e tiveram uma discussão produtiva. Mais detalhes sobre a reunião serão divulgados posteriormente", disse.
Além do encontro entre o americano e o ucraniano, Roma também presenciou uma reunião entre Trump, Zelensky, o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer. A presidência francesa se limitou a dizer que os líderes tiveram uma "reunião positiva" à margem do funeral do papa.

Trump fala em sanções contra Putin, mas critica exigência da Ucrânia
Horas depois do encontro com Zelensky, Trump foi às redes sociais para fazer um raro gesto de críticas ao governo de Vladimir Putin, alertando para a adoção de sanções contra o Kremlin caso os russos não deixem de atacar o território ucraniano. Sua mensagem, porém, era um ataque contra os jornalistas americanos e contra a ideia de que a Ucrânia deva recuperar todo seu território.
"Não importa o acordo que eu faça com relação à Rússia/Ucrânia, não importa quão bom ele seja, mesmo que seja o melhor acordo já feito, o fracassado New York Times falará MAL dele", escreveu Trump. O presidente atacou o jornalista Peter Baker, que "escreveu que a Ucrânia deveria recuperar o território, incluindo, suponho, a Crimeia, e outros pedidos ridículos, a fim de parar a matança que é pior do que qualquer coisa desde a Segunda Guerra Mundial".
"Por que esse repórter leviano não diz que foi Obama quem possibilitou que a Rússia roubasse a Crimeia da Ucrânia sem que fosse disparado um tiro sequer? Foi uma piada! Alguma vez Baker criticou a doação da Crimeia por Obama? NÃO, nem uma única vez, apenas TRUMP, e eu não tive nada a ver com essa guerra estúpida, a não ser no início, quando dei dardos à Ucrânia e Obama lhes deu lençóis", disse.
"Essa é a guerra de Sleepy (dorminhoco) Joe Biden, não a minha. Ela foi um fracasso desde o primeiro dia, nunca deveria ter acontecido e não teria acontecido se eu fosse presidente na época", insistiu. "Estou apenas tentando limpar a bagunça que me foi deixada por Obama e Biden, e que bagunça é essa. Com tudo isso dito, não havia motivo para Putin disparar mísseis contra áreas civis, cidades e vilas, nos últimos dias", afirmou.
"Isso me faz pensar que talvez ele não queira interromper a guerra, ele está apenas me dando um tapinha e precisa ser tratado de forma diferente, por meio do sistema financeiro ou "Sanções Secundárias"? Muitas pessoas estão morrendo!!!", completou.
Negociações sobre a Crimeia
Atualmente, as negociações da guerra estão centradas na questão da península ucraniana da Crimeia, anexada por Moscou em 2014. Segundo Trump, a Crimeia permanecerá na Rússia "e Zelensky entende isso", disse o presidente americano em entrevista à revista Time publicada ontem (25). Antes disso, Trump criticou Zelensky ao considerar que ele estava bloqueando as conversas ao se negar a reconhecer esse território como russo.
Na Ucrânia, a Rússia continua com sua campanha de bombardeios. Na madrugada de quinta-feira (24), bombardeios russos deixaram pelo menos 12 mortos e dezenas de feridos em Kiev, um dos ataques mais letais na capital ucraniana em meses. Muitas regiões da Ucrânia, especialmente do leste e do sul, estão submetidas a ataques aéreos russos quase diários desde que Moscou lançou sua ofensiva em fevereiro de 2022.
*Com informações da AFP
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