Luto, conclave, 'Habemus Papam': o que acontece após o funeral de Francisco

Anteontem, fiéis e líderes mundiais se reuniram no Vaticano para o funeral do papa Francisco, que morreu em 21 de abril. Veja o que acontece a seguir na Igreja Católica até a escolha do novo papa.

O que aconteceu

Igreja está em luto por nove dias desde o funeral de Francisco. O início do período foi marcado pela Missa das Exéquias, celebrada na Basílica de São Pedro anteontem.

Entre a morte do papa e a eleição de um novo, os negócios da Igreja são supervisionados pelo Colégio de Cardeais. Eles têm poder limitado e grande parte da administração central da Igreja fica paralisada.

Após o período de luto, no dia 7 de maio começa o conclave para eleger um novo papa. Não há uma data definida para o término do processo: ele acontece até a escolha de um novo pontífice.

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Imagem: Arte/UOL

Embora no século XIII a eleição do papa Gregório X tenha demorado quase três anos, os conclaves modernos costumam durar apenas alguns dias. Um papa é eleito quando um cardeal consegue mais de dois terços dos votos.

A Igreja possui 252 cardeais, mas apenas 135 — os com menos de 80 anos — podem participar da eleição. 80% dos "cardeais eleitores" foram nomeadas por Francisco e vêm de todos os cantos do planeta. A Europa tem o maior número de votantes, com 53 cardeais, frente a 27 cardeais da Ásia e Oceania, 21 entre América do Sul e América Central, 18 da África e 16 da América do Norte.

A palavra conclave vem do latim "cum clavis" que significa "trancado a sete chaves", uma referência ao confinamento ao qual os cardeais são submetidos durante o processo. Os "príncipes da Igreja" se mudam para a residência de Santa Marta do Vaticano até escolherem o novo papa. As deliberações se mantêm sob estrito segredo sob pena excomungação instantânea.

Smartphones ou qualquer acesso à Internet estão proibidos. Os cardeais também não podem ler os jornais, escutar rádio ou ver televisão. Qualquer contato com o mundo exterior está proibido, salvo por "razões graves e urgentes", que devem ser confirmadas por um painel de quatro pares.

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São realizadas quatro votações por dia, sendo duas pela manhã e duas pela tarde. As cédulas e as notas tomadas pelos cardeais são queimadas em uma estufa a cada duas rodadas de votação.

A chaminé, visível pelos fiéis da praça de São Pedro, exala fumaça preta se a escolha do papa ainda não tiver sido realizada e uma fumaça branca em caso de eleição. Depois de três dias, caso não consigam chegar ao nome de um pontífice, a votação é suspensa para um dia de oração.

Caso um cardeal receba mais de dois terços dos votos, ele deverá responder duas perguntas ao decano: "Aceita sua eleição canônica para Sumo Pontífice?" e "Como quer ser chamado?". Se responder sim à primeira, se torna papa e bispo de Roma. O novo pontífice se retira para um quarto conhecido como a Sala das Lágrimas para se vestir com o traje papal.

Da sacada da Basílica de São Pedro, o cardeal protodiácono anuncia "Habemus Papam". Em seguida, o novo pontífice aparece e realiza sua bênção "urbi et orbi" (À cidade e ao mundo).

(Com AFP e Reuters)

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