Assumiu 3 vezes, largou papado e casou: quem foi papa mais novo da história

Bento 9º foi o papa mais jovem a ocupar o posto de líder da Igreja Católica. Em 1032, quando o romano assumiu o cargo pela primeira vez, estima-se que tivesse apenas 11 ou 12 anos.

O que aconteceu

Apesar de Bento 9º ser considerado o papa mais jovem pelo Livro dos Recordes, há divergências em relação à sua idade. Alguns documentos históricos afirmam que ele teria se tornado papa aos 11 anos, outros dizem que foi aos 12 e há quem fale que o jovem assumiu o papado quando tinha 20 anos. O Catálogo de Papas da Igreja Católica, por sua vez, informa apenas que ele era "extremamente jovem" quando tomou posse.

De família aristocrata, o jovem romano batizado de Teofilacto de Tusculum foi papa três vezes. Seu primeiro papado foi de 1032 a 1044; o segundo foi bastante breve, de abril a maio de 1045; e o terceiro, de 1047 a 1048. Na primeira e na última vez que ocupou o cargo, Bento 9º teria sido deposto. Já na segunda, ele teria vendido o papado para poder se casar e financiar a cerimônia.

Bento 9º assumiu o papado para "enriquecer sua família ainda mais". A afirmação é da historiadora Susan Wise Bauer, na série "Pope: The Most Powerful Man in History" ("Papa: O Homem Mais Poderoso da História", em tradução livre).

A família de Teofilacto era influente em Roma e, consequentemente, na Igreja Católica. Como no século 9 não existiam conclaves, a eleição de um papa era controlada pela elite romana.

Quando o conclave acontece?

Após a morte do papa, cardeais eleitores devem esperar 15 dias completos para começar o conclave. Como o papa Francisco morreu na última segunda-feira, aos 88 anos, a eleição do novo pontífice pode começar em 6 de maio.

Cardeais podem adiar o início do conclave por até 20 dias. Passado esse tempo, a reunião dos cardeais para a eleição do novo papa é obrigatória.

Como é um conclave?

Eleição acontece dentro da Capela Sistina, no Vaticano. O voto é secreto e depositado em uma urna. O número de votos do escolhido não é divulgado. Podem votar todos os cardeais com menos de 80 anos.

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Os cardeais são proibidos de qualquer tipo de comunicação com o exterior durante o conclave. Eles não podem enviar mensagens eletrônicas ou alimentar suas contas nas redes sociais, por exemplo.

Os cardeais passam em cortejo da Capela Paulina até a Sistina. Em seguida, as portas são fechadas, as chaves retiradas, e o isolamento é assegurado pelo cardeal camerlengo no interior e pelo prefeito da Casa Pontifícia no exterior.

Para ser eleito, um cardeal precisará de pelo menos dois terços dos votos. Os cardeais não têm direito de se abster nem de votar em si mesmos.

A tradição diz que o primeiro dia tem apenas uma votação. Na sequência, acontecem duas votações matutinas e duas vespertinas na Capela Sistina. Duas vezes ao dia, uma depois de cada rodada, as cédulas são queimadas.

Não há um prazo específico para o conclave. Segundo a BBC, uma das maiores eleições da história foi a do Papa Gregório 10º, em 1268. Na ocasião, a escolha do papa durou quase três anos. Na história moderna, os conclaves já não demandam tanto tempo. A eleição do papa Francisco, por exemplo, durou dois dias.

Fumaça anuncia que novo papa foi eleito

Três cardeais são escolhidos para a contagem dos votos. A cor da fumaça que sairá da chaminé anuncia ao mundo o resultado. Preta, se ainda não houver uma decisão, e branca, se um novo papa tiver sido eleito.

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Depois de ser parabenizado pelos cardeais, o sucessor escolhe livremente o seu nome. A tradição também prevê a ida do papa à sacada da basílica de São Pedro depois que o protodiácono anunciar aos fiéis: "Habemus papam!" (temos um Papa).

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