Índia fala em resposta a atentado; Paquistão diz que ataque é iminente

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, deu às forças armadas do país "total liberdade operacional para decidir o modo, os alvos e o momento" da resposta ao ataque que deixou 26 turistas mortos na semana passada em uma região disputada com o Paquistão.

Segundo jornais indianos, a afirmação foi feita durante uma reunião na residência de Modi com seus principais comandantes militares.

O governo do Paquistão afirmou ter informações de que um ataque indiano é "iminente".

O governo da Índia acusa o país vizinho de estar por trás do atentado da semana passada na Caxemira, uma região de maioria muçulmana com um forte movimento separatista.

O Paquistão nega e pede uma "investigação neutra". Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pela ação.

Índia e Paquistão têm armas nucleares e já entraram em guerra pelo menos três vezes desde o fim do período colonial britânico em 1947.

Indústria chinesa tem contração

A produção industrial chinesa chega ao final de abril em queda, graças em grande parte à guerra comercial iniciada por Donald Trump.

O PMI chinês, índice mais usado para medir o nível de atividade, caiu de 50,5 em março para 49 neste mês, abaixo da expectativa de 49,6 do mercado. Acima de 50, o índice indica expansão; abaixo, contração.

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Segundo Zhao Qinghe, do Escritório Nacional de Estatísticas da China, a antecipação da produção em março para atender à demanda dos EUA antes da entrada em vigor das tarifas de Trump explica parte dessa queda.

Mas ele admitiu que o resultado também foi influenciado pelo que chamou de "mudanças abruptas no ambiente externo".

Outras economias asiáticas também começaram a sentir o impacto das tarifas. A produção de carros no Japão, por exemplo, já caiu 8,4%.

Trump recua, de novo

Em mais um recuo na guerra tarifária, Donald Trump assinou ontem um decreto reduzindo a taxação sobre fabricantes de automóveis.

As montadoras que pagarem a tarifa de 25% sobre veículos importados estarão isentas de outras taxas recém-criadas, como as taxas sobre alumínio e aço.

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Essas empresas também poderão abater o valor das tarifas pagas em outros impostos durante o prazo de dois anos.

Trump justificou a medida dizendo que o governo quer que as montadoras "aproveitem essa pequena transição, a curto prazo".

Segundo o jornal New York Times, o passo atrás é mais uma comprovação do caos provocado pela decisão de impor taxas a quase todos os parceiros comerciais dos EUA.

Analistas, porém, dizem que, apesar do alívio anunciado ontem, a política tarifária ainda deve elevar os preços dos automóveis nos EUA em milhares de dólares.

Trump x Justiça

Donald Trump voltou a atacar a Justiça americana ontem na frente de milhares de pessoas em Michigan.

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"Não podemos permitir que um punhado de juízes comunistas, de extrema esquerda, obstruam a aplicação de nossas leis e assumam os deveres que pertencem exclusivamente ao presidente dos EUA."

A declaração foi feita durante o comício que marcou os cem primeiros dias de seu segundo mandato.

Nesse período, Trump já promulgou mais de 140 decretos e teve mais de 120 ordens bloqueadas ou suspensas pela Justiça, muitas delas por violação à Constituição ou descumprimento ao devido processo legal.

Ainda ontem, Trump admitiu que tem poderes para levar de volta aos EUA o imigrante Ábrego García, que seu próprio governo afirmou ter deportado para uma prisão em El Salvador "por engano", mas disse que não fará isso - apesar de uma ordem da Justiça para que ele "facilite" o retorno de García.

Trump x Amazon

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, atacou ontem a Amazon, após notícias de que a companhia iria discriminar os valores referentes às tarifas anunciadas por Trump nos preços dos produtos vendidos pela loja virtual.

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"Esse é um ato hostil e político por parte da Amazon", disse Leavitt, que também acusou a Amazon de estar se aliando à China.

As declarações fizeram as ações da empresa despencar no começo da manhã. Em seguida, a Amazon confirmou que a medida foi analisada, mas disse que ela não seria colocada em prática.

No final da tarde, Trump confirmou ter ligado para Jeff Bezos, CEO da Amazon e dono do jornal Washington Post, para discutir o assunto. "Jeff Bezos é muito simpático", disse Trump. "Ele resolveu o problema muito rapidamente, eu fico agradecido."

Brics x Trump

Os chanceleres dos países do Brics reunidos ontem no Rio de Janeiro apelaram a todas as partes que tomem "medidas para defender o livre comércio e o sistema multilateral de comércio".

Segundo o brasileiro Mauro Vieira, houve consenso sobre "a firme rejeição de todos à ressurgência do protecionismo comercial".

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A declaração é uma clara alusão à política tarifária de Donald Trump, mas nem o presidente americano nem os EUA foram mencionados diretamente.

Vieira também defendeu "a diplomacia em vez do confronto e a cooperação em vez de unilateralismo".

Sobre a adoção de uma moeda alternativa ao dólar pelo grupo, o chanceler russo, Serguei Lavrov, declarou que "seria prematuro debater a transição para uma moeda única". O bloco, porém, tem trabalhado para aumentar as transações comerciais nas moedas nacionais entre seus integrantes.

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