O que está por trás do boicote à Coca-Cola envolvendo Trump?

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Na Dinamarca, México e mesmo em outros países atacados por Donald Trump, marcas americanas ou associadas ao bilionário Elon Musk têm sido alvos de uma rejeição por parte do consumidor. A Coca-Cola é uma delas, e tem tentado se dissociar do governo norte-americano.
O que aconteceu?
Ofensiva de Trump contra a Groenlândia é pivô da rejeição na Dinamarca. Ao jornal inglês Financial Times, uma autoridade dinamarquesa declarou que cidadãos estão indignados pelas medidas políticas comerciais americanas. O país controla o território perto do Ártico.
Vice-presidente dos EUA, JD Vance acusou a Dinamarca de não ser "uma boa aliada". A fala decepcionou os dinamarqueses, principalmente os que lutaram junto às tropas americanas no Afeganistão e outros lugares.
A Coca-Cola, por ser uma marca americana, foi associada à briga. Com isso, os dinamarqueses deixaram de comprar produtos da marca e fizeram o consumo da Jolly Cola, marca de refrigerantes nacional, crescer 13 vezes.
Segundo o CEO da Carlsberg, "há um nível de boicote do consumidor em torno das marcas dos EUA". Jacob Aarup-Andersen confirmou a queda no consumo da bebida. A empresa é responsável por engarrafar o refrigerante no mercado dinamarquês.
Coca-Cola diz que boicote afeta trabalhadores dinamarqueses, já que a produção completa da bebida vendida no país é feita por lá.
No México também houve queda de 5,4% no consumo de produtos Coca-Cola. A Femsa, engarrafadora do produto no país, atribuiu a desaceleração das vendas às tensões geopolíticas. Além disso, os clientes hispânicos que estão nos Estados Unidos também têm consumido menos por conta das deportações em massa da Casa Branca a imigrantes.
Coca-Cola tenta reverter
Sentimento "antiamericano", resumiu o CEO da Coca-Cola, James Quincey. Para ele, há uma repulsa aos produtos americanos vinda de diversos países. O empresário também confirmou que a empresa estava mobilizada para se recuperar dos ataques.
Usando o argumento de "produto nacional" em países como Dinamarca e Canadá, a Coca-Cola tenta se desvincular dos Estados Unidos. "Somos uma marca global, com valores universais e tem operações locais", disse Quincey.
Para Quincy, focar no fato de que a marca é "local" pode ser uma boa estratégia. Ele também não acredita que as tensões devem parar por aí: "é um problema que vimos antes, no primeiro trimestre de 2025, e acontecerá no futuro", disse.
Impacto não atingiu o lucro da empresa americana. De acordo com balanço divulgado na terça-feira (29), apesar dos boicotes, a Coca-Cola teve lucro líquido de US$ 3,33 bilhões (aproximadamente R$ 18,89 bilhões) no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 5% em relação a igual período do ano passado,.
Sendo assim, a Coca-Cola manteve projeção para crescimento. A estimativa de aumento da receita orgânica está entre 5% a 6% no ano de 2025.
*Com informações da RFI
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