Brasileira é esfaqueada e morta pelo marido na Espanha: 'Família acabou'

Uma brasileira de 36 anos foi esfaqueada e morta pelo marido na cidade de Haro, na Espanha. Agora, a família dela tenta conseguir dinheiro para trazer o corpo de volta ao Brasil.

O que aconteceu

Mirian Oliveira Barbosa foi esfaqueada no pescoço em 25 de abril. "Ele aproveitou o momento oportuno, em que a cunhada e as filhas dela não estavam em casa, e a esfaqueou enquanto ela estava trabalhando", disse à imprensa um porta-voz da polícia local.

O homem de 42 anos foi preso cerca de uma hora depois do assassinato. Ele premeditou o crime, aponta a investigação.

Casal brasileiro havia se mudado uma semana antes de um quitinete para a casa de uma das irmãs da vítima. Os dois deixaram São Paulo há um ano em direção à cidade na província de La Rioja em busca de melhores condições de vida.

Crime ocorreu dias após Mirian dizer ao marido que não queria manter o relacionamento. "Ela ligou para mim nervosa, falando que ele tinha batido nela. No dia da morte, ela me mandou uma mensagem dizendo que ia terminar definitivamente com ele", contou ao UOL Marina Barbosa, irmã que mora em São Paulo.

A família da vítima organizou uma vaquinha para trazer o corpo ao Brasil. O translado custa cerca de R$ 42 mil, estima Marina. É possível contribuir por este link.

Governo brasileiro disse que não pode arcar com o translado, segundo irmã da vítima. Ela afirmou que enviou três ofícios para autoridades brasileiras em Brasília, mas todos foram recusados.

Translado de corpos não pode ser custeado com recursos públicos, diz Itamaraty. Procurada pelo UOL, a chancelaria brasileira citou decreto federal para afirmar que não pode trazer o corpo de volta ao Brasil.

O Itamaraty, porém, diz que presta assistência consular à família. "As embaixadas e consulados brasileiros podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais", explicou.

Continua após a publicidade

"Família acabou", lamentou Marina. "Ela era um anjo na Terra. Depois que ela morreu, muitos amigos dela me procuraram, não tem quem não fale bem dela. Ela só queria ver as pessoas bem, dava até conselhos para pessoas que vivem em relacionamento abusivo. Era uma menina feliz", acrescentou.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.