Leão 14: quem é Robert Prevost, primeiro papa norte-americano e peruano
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Robert Francis Prevost, 69 anos, é o novo papa e primeiro norte-americano. Ele, que também tem nacionalidade peruana e é poliglota, foi escolhido hoje no conclave e foi apresentado ao mundo na sequência, em aparição da sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, após quatro escrutínios.
O que aconteceu
Pontífice usará o nome de Leão 14. O anúncio foi feito pelo cardeal Dominique Mamberti em latim, seguindo a tradição da Igreja Católica. "Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus Papam" ("Anuncio-vos uma grande alegria: temos um papa"), afirmou. Após surgir na sacada, o novo papa fez a bênção "urbi et orbi" (à cidade e ao mundo), direcionada aos fiéis que se aglomeravam em frente à Basílica de São Pedro.
Primeiro papa agostiniano, ele começou na igreja em 1978 e fez votos solenes em 1981. A comunidade agostiniana é um dos ramos mais antigos da Igreja Católica. Inspirada na vida e nos escritos de Santo Agostinho, ela une espiritualidade profunda com compromisso intelectual e social.
É natural de Chicago e o papa mais jovem dos últimos 35 anos. Nasceu em 14 de setembro de 1955, filho Louis Marius Prevost, de ascendência francesa e italiana, e de Mildred Martínez, de ascendência espanhola. Ele tem dois irmãos, Louis Martín e John Joseph. Desde 1990, não há um papa com menos de 70 anos comandando a Igreja Católica.
Além de norte-americano, é também peruano. Prevost passou um terço de sua vida nos EUA e chegou ao Peru como um jovem missionário agostiniano e, do país andino, partiu como bispo para o Vaticano, para se tornar uma figura central na administração do papa Francisco. Ele obteve cidadania em 2015.
Quando era arcebispo emérito de Chiclayo (750 km ao norte de Lima), foi chamado por papa Francisco para compor o governo do Vaticano. Em 2023, foi para Roma, tornou-se arcebispo, prefeito do Dicastério para os Bispos e presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina. Era encarregado de nomear bispos em todo o mundo.
Antes de se tornar padre, aos 22 anos, se formou matemático. Estudou na Catholic Theological Union em Chicago, graduando-se em teologia. Aos 27 anos, foi enviado por seus superiores a Roma para estudar direito canônico na Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino.
Considerado um 'digno meio termo', tem compromisso com os pobres e migrantes, mas opiniões pouco receptivas a LGBTs. As informações são do jornal The New York Times, que lembrou entrevistas do pontífice e ouviu também o reverendo Michele Falcone, 46, um padre da Ordem de Santo Agostinho, anteriormente liderada pelo cardeal Prevost.
Após a morte de Francisco, Prevost disse que ainda havia "muito a fazer" na transformação da Igreja. "Não podemos parar, não podemos retroceder. Temos que ver como o Espírito Santo quer que a Igreja seja hoje e amanhã, porque o mundo de hoje, em que a Igreja vive, não é o mesmo que o mundo de 10 ou 20 anos atrás", disse ele, no mês passado, ao Vatican News.
A mensagem é sempre a mesma: proclamar Jesus Cristo, proclamar o Evangelho, mas a maneira de alcançar as pessoas de hoje, os jovens, os pobres, os políticos, é diferente
Robert Francis Prevost
Votação aconteceu na Capela Sistina
O número de votos depositados no nome escolhido não foi divulgado. Mas, para ser eleito, é necessário que ele tenha recebido ao menos 89 votos - equivalente a dois terços dos 133 cardeais votantes.

Sete brasileiros participaram da votação: Dom Paulo Cezar Costa, 57, Dom Leonardo Ulrich Steiner, 74, Dom Odilo Scherer, 75, Dom Jaime Spengler, 64, Dom Sérgio da Rocha, 65, Dom Orani Tempesta, 74, e Dom João Aziz, 77.

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