Irã nega que vá ajudar a Rússia e reafirma direitos sobre energia nuclear

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O Irã negou ter planos de enviar lançadores de mísseis balísticos à Rússia, após o relato de autoridades ocidentais de que a entrega seria feita em breve. Teerã também reafirmou que não abrirá mão do programa nuclear.
O que aconteceu
Autoridades de segurança ocidentais e uma fonte regional disseram que o Irã estaria se preparando para entregar lançadores do míssil Fath-360 à Rússia. Esses equipamentos permitiriam disparos contra alvos ucranianos próximos à linha de frente e áreas civis perto da fronteira com a Rússia. As informações foram relatadas pela agência Reuters.
Lançadores teriam sido enviados após a entrega de mísseis balísticos no ano passado, em navios de bandeira russa. Segundo os EUA, nove embarcações sancionadas foram usadas no transporte. Três fontes confirmaram que os mísseis chegaram, mas os lançadores não estavam incluídos na carga.
Caso a entrega se concretize, ela reforçaria a ofensiva militar russa na Ucrânia e indicaria um aprofundamento dos laços de defesa entre Moscou e Teerã. Analistas afirmam que o Fath-360, com alcance de 120 km, representa uma ameaça significativa em áreas próximas à frente de combate.
Teerã rejeitou as acusações. A missão iraniana na ONU (Organização das Nações Unidas) classificou as alegações como "infundadas" e afirmou que o país não fornece apoio militar a nenhum dos lados envolvidos na guerra. Em abril, o general americano Christopher Cavoli declarou ao Congresso dos EUA que o Irã já forneceu mais de 400 mísseis balísticos de curto alcance à Rússia. Ainda não há confirmação pública de que o modelo Fath-360 esteja entre eles.
Irã não abre mão do programa nuclear
Enquanto isso, o Irã também volta ao centro das atenções por causa do programa nuclear. Em Doha, o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, afirmou que o país não abrirá mão do que chama de "direitos nucleares". A declaração foi feita na véspera de uma nova rodada de negociações indiretas com os Estados Unidos, prevista para acontecer em Omã. Araqchi disse que Teerã defende o uso pacífico da energia nuclear e não busca armas atômicas.
Irã acelerou o programa após os EUA abandonarem, em 2018, o acordo nuclear firmado em 2015. Washington, sob o governo Trump, exigia o fim total do enriquecimento de urânio. A ameaça de uma ação militar contra o Irã também foi levantada, caso um novo acordo não fosse alcançado.
Países ocidentais alegam que o programa nuclear iraniano tem fins militares. Teerã, por sua vez, insiste que suas atividades são civis e seguem os princípios do Tratado de Não Proliferação Nuclear.
* Com informações da Reuters
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