Ucrânia pede ajuda a Brasil e EUA para convencer Putin a encontrar Zelensky
Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte*
13/05/2025 14h54
O ministro da Relações Exteriores ucranianos, Andrii Sybiha, recorreu hoje ao Brasil para que o país ajude a convencer o presidente russo Vladimir Putin a participar das negociações sobre a guerra na Ucrânia esta semana em Istambul.
Já o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pediu ao presidente dos EUA, Donald Trump, que também participe das conversas, acreditando que isso poderá ser um impulso para que Putin compareça.
O que aconteceu
Putin propôs conversas diretas com a Ucrânia em Istambul depois de amanhã. Zelensky aceitou a proposta, e disse que estará "esperando por Putin na Turquia". A Rússia, entretanto, não confirmou a presença do presidente e se recusou a comentar sobre uma possível reunião entre os mandatários.
Assessoria diz que Zelensky só participará de conversas com a presença de Putin. "O presidente Zelensky não se reunirá com nenhum outro representante russo em Istambul, exceto Putin", disse à Reuters o assessor presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak.
Kremlin não revelou os nomes dos integrantes da delegação russa que vão a Istambul. O chefe de gabinete de Zelensky, Andrii Yermak, afirmou que a ausência de Putin "será o sinal definitivo de que a Rússia não quer acabar com esta guerra".
Zelensky pediu hoje para que o presidente dos EUA, Donald Trump, também participe das negociações na Turquia. "Se ele confirmasse sua participação, acho que isso daria a Putin um impulso adicional para comparecer", disse o presidente ucraniano. Trump, entretanto, afirmou que irá enviar seu secretário de Estado, Marco Rubio, para as negociações.
Ucrânia também recorreu ao Brasil. Hoje, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, conversou com seu homônimo brasileiro, Mauro Vieira, para pedir que o Brasil ajude a convencer Putin a participar das conversas em Istambul. "Pedi ao Brasil que use sua voz autorizada em seu diálogo com a Rússia para que essa reunião direta de alto nível aconteça", afirmou Sybiha em publicação no X.
Caso Putin não participe, Zelensky pediu aos seus parceiros que apliquem as sanções "mais fortes" já impostas contra a Rússia. Por outro lado, ontem o Kremlin condenou a pressão de Kiev sobre os aliados. "A linguagem dos ultimatos é inaceitável para a Rússia, não é apropriada. Não se pode falar assim com a Rússia", declarou o porta-voz da presidência, Dmitri Peskov.
*(Com AFP e Reuters)