Entronização: como é tradicional missa em que papa Leão 14 vai rever Vance?

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A missa solene que marca o início do pontificado de Leão 14, primeiro papa nascido nos EUA, será celebrada neste domingo, no Vaticano. A presença do vice-presidente americano JD Vance — alvo de críticas do novo papa por distorcer a doutrina católica em defesa de políticas anti-imigração — pode acirrar tensões políticas na Praça de São Pedro.
O que vai acontecer
A chamada missa de entronização acontecerá na Basílica de São Pedro no domingo. A celebração marca de forma oficial o início do pontificado do papa Leão 14, eleito durante o quarto escrutínio do conclave.
Papa receberá símbolos do poder papal, incluindo anel do pescador. A celebração é regida pelo "Ordo rituum pro ministerii petrini initio Romae episcopi" (Ordem dos ritos para o início do ministério petrino do Bispo de Roma). Além do anel, receberá também a Tiara, o Pálio, que são os principais, e também as demais vestimentas.
Anel do pescador é um símbolo forte do poder pontifício. Ele foi utilizado no passado para selar documentos. O objeto fica inutilizável após a morte de cada papa.
Após a cerimônia, o papa passará a visitar as demais basílicas pontifícias de Roma. Em 20 de maio, a de São Paulo Fora-dos-Muros; e no dia 25, a de Santa Maria Maior, onde Francisco está enterrado, e a de São João de Latrão, catedral da Cidade Eterna, onde ele tomará posse simbolicamente da diocese de Roma.
Líderes políticos e religiosos de todo o mundo são esperados na cerimônia. A missa acontece no local onde, segundo a tradição cristã, o apóstolo Pedro, o fundador da Igreja Católica, foi martirizado em uma cruz de cabeça para baixo.
O Vaticano também anunciou que o papa realizará sua primeira audiência geral no dia 21 de maio. A agenda também inclui uma visita à basílica Santa Maria Maior, onde seu antecessor Francisco foi enterrado, em 25 de maio.
Vice-presidente dos EUA vai à missa
Vice-presidente dos EUA representará país na posse do novo papa. JD Vance liderará a comitiva oficial dos Estados Unidos na cerimônia de início do pontificado de Leão 14 na Praça de São Pedro. A delegação inclui ainda o secretário de Estado, Marco Rubio. Ambos são católicos.
Primeiro papa norte-americano já confrontou posições de Trump e Vance. Nascido em Chicago, Robert Prevost criticou políticas migratórias defendidas por Vance e por Donald Trump. Em fevereiro, ele compartilhou em sua conta no X um artigo intitulado "JD Vance está errado: Jesus não nos pede que classifiquemos nosso amor pelos demais".
Publicação compartilhada foi confirmada pela Igreja. A Igreja Católica reconheceu a autenticidade do perfil de Prevost na rede social. O artigo, publicado pelo National Catholic Reporter, contesta o uso da doutrina para justificar restrições à ajuda internacional.
Vance citou doutrina católica para defender política anti-imigração. Convertido ao catolicismo em 2019, o vice-presidente argumenta com base no conceito de "ordo amoris" — a ideia de que o amor cristão deve priorizar os mais próximos, como familiares e compatriotas, e não os estrangeiros.
Papa Francisco já tinha criticado publicamente a interpretação nacionalista. O vice-presidente americano visitou recentemente o Vaticano, onde foi recebido rapidamente por Francisco na véspera de sua morte, em 21 de abril, aos 88 anos.
*Com AFP e informações de reportagem publicada em 09/05/2025.
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