Zelensky acusa Rússia de 'tentar ganhar tempo' para prosseguir com invasão

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou hoje a Rússia de "tentar ganhar tempo" ao prolongar as conversas que visam um cessar-fogo, tudo isso com o objetivo de prosseguir com a invasão.

O que aconteceu

Presidente russo, Vladimir Putin realizou uma conversa telefônica com o presidente dos EUA ontem. Trump expressou otimismo sobre as negociações, mas Putin não aceitou o cessar-fogo incondicional de 30 dias que os EUA buscavam.

Nas redes sociais, Zelensky reagiu à conversa entre os dois presidentes. "É evidente que a Rússia tenta ganhar tempo para prosseguir com sua guerra e sua ocupação", afirmou hoje.

Putin declarou que está disposto a trabalhar com a Ucrânia em um "memorando" sobre "um eventual futuro acordo de paz". O presidente russo afirmou que as discussões sobre o memorando incluiriam os princípios de um acordo e o momento e as definições de um possível cessar-fogo, incluindo seu prazo.

Hoje, a Rússia afirmou que aguarda uma resposta da Ucrânia sobre o assunto. "Agora, a bola está na quadra de Kiev", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russas, Maria Zakharova. Ela espera que a Ucrânia assuma o que chamou de uma posição construtiva em relação a possíveis conversas sobre o memorando proposto, em prol de sua própria "autopreservação".

As primeiras negociações diretas entre Rússia e Ucrânia ocorreram na sexta-feira (16), em Istambul, sem alcançar um acordo de trégua. Inicialmente, era esperado um encontro entre os presidentes dos países, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, o que não aconteceu. Zelensky desistiu de participar após confirmar que Putin não viajaria para Istambul.

UE pressiona EUA por cessar-fogo

A UE (União Europeia) cobra uma "ação forte" dos EUA caso a Rússia não aceite um cessar-fogo incondicional na Ucrânia. A chefe da diplomacia do bloco, Kaja Kallas, afirmou que o país "já anunciou que, se a Rússia não concordar com um cessar-fogo incondicional, haveria consequências. De forma que queremos ver as consequências por parte dos Estados Unidos."

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Após a conversa com Putin, Trump revelou detalhes à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Ele também compartilhou as informações com outros governantes europeus.

O chefe de Governo da Alemanha, Friedrich Merz, afirmou que a UE deveria aumentar a pressão sobre a Rússia com a adoção de sanções. Já o ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, disse que a conversa entre Trump e Putin deixou claro que o russo "ainda não está pronto para fazer concessões". Pistorius afirmou que Putin "não está realmente interessado na paz" e está disposto a falar apenas de "um cessar-fogo sob condições".

China apoia diálogo direto entre Rússia e Ucrânia

Aliada aos russos, a China afirmou hoje que apoia um diálogo direto entre Rússia e Ucrânia. "A China apoia todos os esforços que buscam alcançar a paz", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning.

De acordo com Ning, o país "defende a resolução política da crise." A China também espera "que as partes envolvidas continuem o diálogo e a negociação para alcançar um acordo de paz justo, duradouro e vinculante, aceitável para todas as partes."

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022, Pequim se apresentou como uma parte neutra no conflito. Entretanto, as potências ocidentais a acusam de favorecer a Rússia nas áreas econômica e diplomática.

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(Com AFP e Reuters)

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