Guarda Revolucionária do Irã confirma morte de oito comandantes na sexta

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A Guarda Revolucionária do Irã, uma das organizações mais poderosas e temidas do país, confirmou que oito de seus comandantes foram mortos durante um ataque israelense na sexta-feira.
O que aconteceu
O chefe general, Amir Ali Hajizadeh, e outros sete da Força Aeroespacial morreram. Na sexta-feira, o Irã informou que ''vários comandantes'' de alto escalão e seis cientistas nucleares haviam sido mortos durante uma ofensiva de Israel, que tinha como alvo instalações nucleares para impedir que Teerã desenvolva uma arma atômica.
A Guarda divulgou o nome dos combatentes aeroespaciais mortos. São eles: Mahmoud Bagheri, Davoud Sheikhian, Mohammad Bagher Taherpour, Mansour Safarpour, Masoud Tayeb, Khosrow Hassani, Javad Jursara e Mohammad Aghajafari.
Em comunicado hoje, a Guarda lamentou as perdas. A corporação disse que eles ficarão registrados na história por seus sacrifícios em defesa da terra natal. Além disso, declarou que o regime sionista está ''fadado ao fracasso e enfrentará destruição total''.
Israel disse que os oito foram mortos enquanto se reuniam em um quartel-general subterrâneo. ''Como parte dos bombardeios iniciais, caças do exército atacaram o centro de comando onde estavam o comandante da Força Aérea [da Guarda], Amir Ali Hajizadeh, e outros funcionários de alto escalão'', falou o Ministério da Defesa israelense ainda na sexta.
No lugar de Amir, foi nomeado o brigadeiro general Sayyid Majid Mousavi. ''Devido às suas valiosas qualificações e experiência, eu o nomeio Comandante da Força Aeroespacial do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica'', escreveu o líder supremo Ali Khamenei, em decreto ontem.
O líder geral da Guarda também foi morto. Hossein Salami era um dos principais personagens do campo militar iraniano e estava no cargo desde 2019. Khamenei escolheu Ahmad Vahidi como novo comandante da organização.
Israel e Irã trocam ofensivas

Israel e Irã começaram uma nova rodada de bombardeios na noite de ontem. O novo ataque iraniano atingiu edifícios residenciais na planície costeira e no norte de Israel, conforme informações do serviço de resgate israelense, obtidas pela AFP. Um outro ataque atingiu estações de abastecimento para caças israelenses.
Bombeiros trabalham no resgate da população de Jerusalém. O serviço também tenta apagar um incêndio que se alastrou em uma área desabitada. O governo de Israel anunciou que aglomerações estão proibidas e escolas estarão fechadas, somente serviços essenciais estão permitidos.
Mísseis furaram o domo de ferro, um dos principais sistemas de defesa de Israel. Segundo a professora de Relações Internacionais da FESPSP (Escola de Sociologia e Política de São Paulo), Ana Carolina Marson, Netanyahu tenta contornar a situação e as pessoas já foram liberadas para voltar a circular em Jerusalém. "O ataque é um revide do Irã, outros devem ocorrer", disse a especialista, ao UOL. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está se reunindo com seu gabinete de segurança após os ataques.
No Irã, instalações de combustíveis foram atingidas. Segundo a CNN, o maior campo de gás natural do mundo, localizado em South Pars e o depósito de petróleo de Shahran, foram bombardeados por Israel após a troca de mísseis de ontem, como havia prometido Netanyahu. "O Irã afirmou que a situação está sob controle", explicou Marson ao UOL. "É interessante acompanhar isso, principalmente porque o Irã é um grande exportador de petróleo e membro da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo)."
Ministério da Defesa em Teerã foi atingido. A agência de notícias iraniana Tasnim informou que um ataque teve como alvo a sede do Ministério da Defesa do país em Teerã e causou danos leves a um de seus edifícios.
Israel está bombardeando a capital, Teerã. Ao mesmo tempo que tenta interceptar os mísseis lançados pelo Irã, o país liderado por Benjamin Netanyahu continua tentando bombardear alvos militares em Teerã. Um comunicado militar foi emitido informando que os lançamentos de mísseis continuarão.
São 11 mortes em Israel e 78 no Irã até o momento. Informações divulgadas pela CNN contam 14 feridos em Israel e 320 no Irã, a maioria são civis, dos dois lados.
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