Suspeito de matar deputada nos EUA enviou mensagem a amigo: 'Posso morrer'
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O suspeito de matar uma deputada e ferir um senador em Minnesota, nos EUA, enviou uma mensagem na manhã de ontem a um colega com quem divide casa, dizendo que poderia ''morrer em breve''. Vance Boelter, de 57 anos, segue foragido.
O que aconteceu
David Carlson, de 59 anos, viu Boetler pela última vez na noite de sexta-feira. À Reuters, o homem contou que divide uma casa em Minneapolis com o suspeito há mais de um ano, e o conhece desde a quarta série.
''Ele disse que poderia morrer em breve'', conta Carlson. O recado foi enviado a ele por volta das 6h do horário do local (8h no horário de Brasília). Assustado, o colega falou ter chamado a polícia em seguida.
Carlson diz ainda se sentir traído por Boetler e de coração partido pelas vítimas. "A família dele tem que sofrer com isso'', acrescentou.
Quem era o suspeito?
Ele atualmente trabalhava para um centro de doação de olhos, contou o colega. O suspeito e a esposa, Jennifer, também administram uma empresa de segurança chamada Praetorian Guard Security Services, onde a mulher aparece em registros como sendo a gerente.
O site da empresa afirma que oferece serviços de segurança com guardas armados. Boelter escreveu que esteve "envolvido em situações de segurança na Europa Oriental, África, América do Norte e Oriente Médio, incluindo a Cisjordânia, o sul do Líbano e a Faixa de Gaza". As alegações, no entanto, não puderam ser confirmadas pela imprensa.
Boelter escreveu no LinkedIn há um mês que estava procurando trabalho. "Olá a todos! Estou procurando voltar para a indústria alimentícia dos EUA e estou bastante aberto a vagas" no Texas, Minnesota, Flórida e na área de Washington DC.
Carlson disse que Boelter votou em Trump, era cristão e não gostava do aborto. Segundo ele, os dois não conversavam sobre o assunto há muito tempo: "Ele não estava realmente bravo com relação à política".
Ele e a companheira também dirigiam uma organização ministerial cristã chamada Revoformation. Em sua biografia naquele site, Boelter fala que procurou militantes islâmicos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia para compartilhar o evangelho e dizer que a violência não era a resposta.
Os ataques
A polícia foi chamada para uma ocorrência às 2h (horário local) de hoje na casa do senador Hoffman , em Chaplain (Minnesota). As autoridades, então, ofereceram primeiros socorros a ele e à sua esposa, e os levaram para o hospital. Ambos foram submetidos à cirurgia e estão vivos.
Por volta das 3h35 (horário local), houve outra chamada em Brooklyn Park (Minnesota), e policiais foram à casa da deputada Hortman, onde encontraram ela e seu marido feridos. Ambos foram declarados mortos posteriormente, segundo Drew Evans, superintendente do Departamento de Detenção Criminal de Minnesota. A distância entre Brooklyn Park e Chaplain, dirigindo, é de aproximadamente 15 minutos.
Nesta segunda chamada, a polícia se deparou com o suspeito, trocou tiros, mas ele escapou. A Polícia de Minnesota e o FBI estão auxiliando na busca do homem.
Ele estava com uniforme da polícia e com um veículo equipado com luzes, que lembram viaturas policiais. De acordo com a polícia, um "manifesto" foi encontrado no carro do suspeito com uma lista com "muitos legisladores e outras autoridades" que seriam alvos potenciais de um ataque.
Lista de alvos incluía outros políticos democratas. Segundo a polícia, médicos que prestam assistência para mulheres que querem realizar abortos também estavam na lista. No total, 70 pessoas faziam parte do plano.
Polícia encontrou no veículo do suspeito papéis escritos "No Kings" (Sem reis, em tradução literal). Hoje estavam previstas manifestações organizadas por uma entidade chamada No Kings. Hoje, 14 de junho, é celebrado o Dia da Bandeira dos Estados Unidos e também é aniversário de Trump. Os protestos, segundo site da organização, são um ato contra o presidente e para mostrar que a "bandeira não pertence ao presidente, mas ao povo".
O FBI oferece uma recompensa de US$ 50 mil por informações que levem à prisão do suspeito. As autoridades americanas divulgaram imagens do suspeito. Em uma delas ele usa um chapéu e em outra aparece usando uma máscara.
*Com informações da Reuters
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