Suspeito de matar deputada e atirar em senador nos EUA continua foragido

Autoridades de Minnesota continuam buscando pelo suspeito de matar deputada estadual e senador dos EUA ontem. Um mandado nacional de prisão foi expedido, segundo a polícia local. Procura já passa de 37 horas.

O que aconteceu

Vance Boelter, 57, está foragido desde às 3h35 (horário local) de sábado, quando entrou em confronto com policiais. A polícia o encontrou na casa da deputada estadual democrata Melissa Hortman, que foi assassinada junto de seu marido. Houve troca de tiros, mas ele conseguiu fugir.

Duas horas antes, houve um chamado policial na casa do senador democrata John Hoffman. Ele e a esposa, Yvette Hoffman, foram baleados, passaram por cirurgia e permanecem estáveis.

Polícia tem feito buscas no condado de Sibley, em Minnesota, onde foi encontrado um segundo veículo atribuído à Boelter. As autoridades pediram atenção a moradores da área, caso se deparem com o suspeito.

Boelter estava vestido com roupas que lembram da polícia, e seu carro estava caracterizado como viatura. Polícia de Minnesota diz que ele usava um colete à prova de balas e um taser (arma de eletrochoque), além do armamento utilizado para atirar nas vítimas.

FBI ofereceu recompensa de US$ 50 mil por informações que levem à prisão do suspeito. As autoridades americanas divulgaram imagens do suspeito. Em uma delas ele usa um chapéu e em outra aparece usando uma máscara.

Imagens do suspeito de matar uma deputada nos EUA divulgadas pelo FBI
Imagens do suspeito de matar uma deputada nos EUA divulgadas pelo FBI Imagem: Reprodução

No primeiro carro usado por Bolter, a polícia encontrou um manifesto com o nome de várias autoridades. Lista incluía políticos democratas, além de médicos que prestam assistência para mulheres que querem realizar abortos. Ao todo, havia 70 pessoas listadas.

O que se sabe sobre o suspeito Vance Boelter

Vance Bolter trabalhou numa empresa de segurança Praetorian Guard Security. Em sua biografia na empresa, é dito que ele recebeu treinamento militar.

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Polícia ainda investiga motivo do crime, porém lista de alvos aponta para motivação política. No rol estavam autoridades do partido democrata e pessoas ligadas ao direito ao aborto das mulheres.

Sites americanos, que citam pessoas próximas a Boelter, dizem que ele era contra direitos LGBTQIA+ e passava por dificuldades financeiras. A rede norte CNN menciona um vídeo em que o suspeito aparece em uma palestra na República Democrática do Congo, dizendo que as pessoas dos EUA "estavam confusas", pois não sabiam direito sobre suas respectivas orientações sexuais. Isso porque o "inimigo já entrou na mente e na alma deles".

"Ele disse que poderia morrer em breve". Frase foi dita por David Carlson, 59, que é amigo de Boelter e recebeu essa mensagem do suspeito às 6h (horário local) de sábado, dia do ataque aos políticos. Carlson esteve com Boelter na sexta-feira.

David Carlson, 59, chora ao ler mensagem enviada por Vance Boelter -- homem é supeito de matar deputada e atirar em senador dos EUA
David Carlson, 59, chora ao ler mensagem enviada por Vance Boelter -- homem é supeito de matar deputada e atirar em senador dos EUA Imagem: Stephen Maturen /Getty Images North America/Getty Images via AFP

Quem foi Melissa Hortman?

Melissa Hortman, 55 integrava a Câmara dos Representantes de Minnesota desde 2004, sempre sendo reeleita a cada dois anos. Representando as cidades de Brooklyn Park e Champlin, a deputada ocupou a presidência desta Câmara de 2019 até 2025. Ela deixa dois filhos.

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Hortman era conhecida pelo ativismo em causas ambientais, direitos das mulheres e controles das armas. Parlamentar era formada em ciências políticas, filosofia e direito, com mestrado em administração pública pela Harvard Kennedy School.

Deputada democrata Melissa Hortman
Deputada democrata Melissa Hortman Imagem: Paul Battaglia/Minnesota State Legislature/AFP

Mortes da deputada e de seu marido ocorrem em momento de tensão elevada nos EUA. Governo Federal enviou recentemente solados a Los Angeles para reprimir protestos contra o presidente Donald Trump, realizados em diversas cidades do país no fim de semana.

*Com RFI e AFP

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