'Irã e Israel têm cartas na manga para mostrar em conflito', diz professor
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Tanto Israel quanto o Irã ainda possuem "cartas na manga" para mostrar em conflito armado que se iniciou na última sexta-feira (13), afirmou o professor e especialista em segurança internacional Augusto Teixeira, ao analisar a capacidade militar dos dois países durante entrevista ao UOL News, do Canal UOL.
Olha, o potencial é de escalada, na perspectiva de que o Irã ainda possui um trunfo não utilizado, que é sua localização geográfica, especialmente a capacidade de gerar danos importantíssimos à navegação pela região do Estreito de Ormuz, o Mar Arábico.
O Irã possui não apenas a capacidade direta de afetar ou tentar fechar importantes estreitos nessa região, como tem uma ligação muito forte com os Houthis [organização política e militar] no Iêmen. Augusto Teixeira, professor e especialista em Segurança Internacional da UFPB (Universidade Federal da Paraíba)
Israel realizou uma série de ataques contra o Teerã, capital do Irã, na última sexta-feira (13). A ação foi classificada por autoridades israelenses como "ataque preventivo" em uma "ameaça iminente". O bombardeio atingiu usinas nucleares e instalações de mísseis e matou dois líderes militares do Irã. O país respondeu com o envio de mais de cem drones. Pelo menos 224 pessoas no Irã, e 14 em Israel, morreram nos três dias de confrontos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou em um vídeo publicado nas redes sociais que o objetivo dos recentes ataques ao Irã é "frustrar a ameaça nuclear e de mísseis balísticos do regime islâmico contra nós". Ele frisou ainda que a luta de Israel não é contra o povo iraniano, mas contra o regime do país.
Ao Canal UOL, o professor analisou o andamento do confronto e as estratégias que ainda podem ser adotadas por ambos.
Nesse sentido, o Irã ainda tem cartas a mostrar, apesar de demonstrar fracassos importantes no tocante à segurança e soberania de seu espaço aéreo e à garantia da segurança de população, especialmente em grandes centros urbanos, que vêm sendo admoestados através dos ataques da força aérea israelense.
Por sua vez, Israel tem uma salvaguarda importante, que é o apoio direto dos Estados Unidos, seja no campo diplomático, mas também militar, algo que o Irã não possui.
Ou seja, dentro do contexto da temporalidade, em tese, Israel ainda tem muito mais pano na manga do que o Irã, que se encontra numa situação complicada no tocante da defesa antiaérea, mas também em relação à destruição de potenciais ativos estratégicos, como lançadores de mísseis balísticos, áreas produtoras dessas capacidades militares, mas também a degradação de importantes infraestruturas estratégicas, seja de comando e controle, produção de energia e circulação. Augusto Teixeira, professor e especialista em Segurança Internacional da UFPB (Universidade Federal da Paraíba)
Professor: 'Objetivo de Israel com guerra é derrubar regime no Irã'
No UOL News, o professor Carlos Gustavo Poggio disse que, com guerra declarada, o objetivo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, é derrubar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei.
Isso indica que esta é uma guerra que vai muito além do objetivo limitado de conter as ambições nucleares do Irã e é uma guerra cujo objetivo final é uma mudança de regime, ou seja, em outras palavras, derrubar o atual governo iraniano.
O que não está claro, entretanto, é a chave da sua importante pergunta, ou seja, o que vem depois. Carlos Gustavo Poggio, professor e especialista em Relações Internacionais
Embaixador de Israel sobre políticos: 'Prioridade é trazer quem convidamos'
No UOL News, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, afirmou que parte do grupo de políticos brasileiros convidados pelo governo local para um evento, mas retidos em Tel Aviv devido ao início de bombardeio lançado pelo Irã, deve chegar amanhã ao Brasil. Segundo ele, a prioridade de Israel, neste momento, é trazer de volta quem o país convidou.
A nossa prioridade, neste momento, é ajudar as pessoas que convidamos e estão sob a nossa responsabilidade, responsabilidade do governo israelense. Outras pessoas têm as responsabilidades delas e, da maneira que possível, vamos ajudar. Mas não sabemos quantas pessoas são, onde estão, em que condição. Acredito que a embaixada do Brasil em Tel Aviv deve ter mais informações. Daniel Zonshine, embaixador de Israel no Brasil
Três comitivas brasileiras, formada por prefeitos, secretários e parlamentares, foram convidadas por Israel para participarem de um evento em Tel Aviv. No meio do evento, no entanto, os políticos brasileiros precisaram se abrigar.
Pelo menos doze brasileiros chegaram na manhã de hoje à Jordânia, um país vizinho, onde devem ser resgatados pela FAB (Força Aérea Brasileira). As informações foram confirmadas ao UOL pelo presidente da CMN (Confederação Nacional de Municípios), Paulo Ziulkoski.
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