Professor: ação no Oriente não escalará, mas Trump pode usar arma potente
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As ações militares entre Israel e Irã, ocorridas desde a semana passada na região do Oriente Médio, não devem terminar em um conflito nuclear, mas o governo de Donald Trump pode entrar no confronto e utilizar uma arma potente e específica, conforme avaliação feita pelo professor de relações internacionais Alexandre Coelho no UOL News, do Canal UOL.
Não, eu acredito que não [devemos] chegar às vias de fato e ter um conflito nuclear. Agora, o que pode acontecer é o Trump utilizar outro tipo de arma, uma arma mais específica, que é passível de perfurar uma região montanhosa e destruir as instalações nucleares do Irã, principalmente, e acabar de vez com Natanz [usina nuclear localizada no centro do país]. Alexandre Coelho, professor de relações internacionais
Israel iniciou uma série de ataques contra o Teerã, capital do Irã, na última sexta-feira (13). A ação foi classificada por autoridades israelenses como "ataque preventivo" em uma "ameaça iminente". O bombardeio atingiu usinas nucleares e instalações de mísseis e matou dois líderes militares do Irã. O país respondeu com o envio de mais de cem drones. Pelo menos 224 pessoas no Irã, e 14 em Israel, morreram nos três dias de confrontos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou em um vídeo publicado nas redes sociais que o objetivo dos recentes ataques ao Irã é "frustrar a ameaça nuclear e de mísseis balísticos do regime islâmico contra nós". Ele frisou ainda que a luta de Israel não é contra o povo iraniano, mas contra o regime do país.
Analistas em segurança internacional afirmam que os Estados Unidos desenvolveram uma bomba, com mais de 13 toneladas, conhecida como Munição Penetrante em Massa (MOP, em sua sigla em inglês). Ela também é conhecida como "arma antibunker" e seria a única arma capaz de perfurar o solo e destruir instalações subterrâneas, como no caso da usina nuclear iraniana.
Ao Canal UOL, o professor falou ainda sobre a personalidade de Trump e como ele pode reagir no conflito entre Irã e Israel.
Com relação à personalidade do Trump, eu costumo dizer que para você avaliar o Trump é multifatorial, ele é multifacetado. Não basta apenas dizer que o Trump tem um perfil negocial e que ele age com foco. Ele, hoje, se confunde com os Estados Unidos em termos de política externa.
No começo desse conflito, o Trump falou, 'não, essa guerra não é nossa, essa guerra é de Israel e Irã e eles que resolvam'. Bom, ali dava para entender que o perfil de Trump não gosta de estar associado a mortes, principalmente de civis. Agora, o que me parece, e é isso que é o ponto, o Trump é de fato multifacetado.
Quando a gente olha as análises dele, você verifica que vai depender muito com quem ele está lidando e aparece determinada face da sua política externa. No caso aqui, é o Irã. Alexandre Coelho, professor de relações internacionais
Ontem, Teerã pediu a Catar, Arábia Saudita e Omã que pressionem o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a usar sua influência sobre Israel para concordar com um cessar-fogo imediato com o Irã em troca da flexibilidade de Teerã nas negociações nucleares, disseram duas fontes iranianas e três fontes regionais à agência de notícias Reuters. Até o momento, não há informações se esse canal de diálogo foi aberto.
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