Netanyahu não descarta atacar líder do Irã: 'Ninguém deve ter imunidade'

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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que não descarta atacar o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei,
O que aconteceu
Netanyahu afirmou que sua instrução foi de que "ninguém no Irã deve ter imunidade". Declaração foi veiculada pela emissora pública israelense Kan, um dia após o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, dizer que Khamenei "não pode mais continuar existindo".
O premiê disse ainda que ações falam mais do que palavras. "Não acho apropriado ou necessário acrescentar nada. Acredito que ações devem falar muito mais alto do que palavras", acrescentou.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na terça-feira (17) que Khamenei era "um alvo fácil" para os EUA e Israel. Sobre isso, Netanyahu esclareceu que Israel tem a capacidade de atingir todos os seus objetivos sozinho no que diz respeito às instalações nucleares do Irã e que cabe ao presidente Trump decidir se ele quer participar ou não.
A mudança de regime no Irã não era um objetivo formal do conflito, mas "poderia ser um resultado", disse Netanyahu. O conflito entre Israel e Irã entrou no sexto dia hoje, com lançamento de mísseis entre os dois países e centenas de mortos.
Embora os Estados Unidos não tenham atacado o Irã, já estão ajudando muito Israel com sua defesa. "Pilotos americanos estão interceptando drones junto com nossos pilotos", disse o premiê. Ele acrescentou que quase nenhum dos cerca de mil drones lançados pelo Irã e seus aliados na última semana de combates penetrou em Israel.
O líder supremo do Irã fez alertas ao presidente dos EUA
O aiatolá Ali Khamenei afirmou que o Irã não se renderá, após declarações de Trump. O presidente americano disse esperar algo "melhor que um cessar-fogo", pediu uma "rendição incondicional" do Irã e afirmou saber onde está Khamenei, mas descartou "pelo menos por enquanto" lançar uma operação para matá-lo.
Khamenei considera a exigência de Trump para que o Irã se renda como "irracional". O líder iraniano disse que "ameaças não têm impacto nos pensamentos ou no comportamento da nação iraniana".
Hoje, a Casa Branca confirmou que Trump vai decidir nas próximas duas semanas se irá atacar ou não o Irã. Declaração do presidente foi lida durante coletiva de imprensa na Casa Branca. "Com base no fato de que há uma chance substancial de negociações que podem ou não ocorrer com o Irã em um futuro próximo, tomarei minha decisão de ir ou não nas próximas duas semanas", diz o texto lido por Karoline Leavitt, porta-voz do governo dos EUA.
Possível acordo envolve a proibição de o Irã ter uma arma nuclear. Karoline Leavitt, porta-voz do governo, detalhou que qualquer acordo nuclear com o Irã teria que incluir a proibição do enriquecimento de urânio e impedir o Irã de obter uma arma nuclear. O Irã desistiu das negociações com autoridades americanas sobre um acordo nuclear depois que Israel iniciou seus ataques na semana passada.
Irã atacou hospital de Israel
Mísseis iranianos atingiram hoje o principal hospital do sul de Israel e outros locais, incluindo a capital Tel Aviv. Ataque deixou ao menos 47 feridos em todo o país. A ofensiva acontece após o governo de Benjamin Netanyahu anunciar que atingiu instalações nucleares no país persa.
Irã diz ter mirado centro de inteligência israelense "perto de um hospital". "Nessa operação, o centro de comando e inteligência do governo israelense foi o alvo de um ataque preciso perto de um hospital", disse a Guarda Revolucionária iraniana à agência de notícias estatal Irna.
Durante a noite, Israel afirmou que atingiu um reator nuclear no Irã inativo. O país fez ataques mirando instalações nucleares nas cidades de Natanz e Arak. Em comunicado, o exército israelense detalhou que o reator nuclear de Arak era "componente chave na produção de plutônio", que poderia ser usado para construção de armas nucleares. O reator já havia sido modificado para evitar o uso em 2015, quando houve o acordo nuclear com os Estados Unidos.
Irã confirmou o ataque e disse que não há relatos de ameaça de radiação. Segundo o país, os dois projéteis atingiram uma área próxima à instalação nuclear, que já havia sido evacuada.
Entenda o conflito
Israel e Irã estão em conflito desde sexta-feira (13). Israel bombardeou Teerã, capital do Irã, e anunciou ataques a dezenas de instalações de mísseis no oeste do país alegando que queria "prevenir um holocausto nuclear". Israel, porém, é o único país que possui bombas nucleares no Oriente Médio.
Já são 585 mortes de iranianos e 24 israelenses. No Irã, os números incluem os comandantes da Guarda Revolucionária e do Estado-Maior do Exército, além de nove cientistas do programa nuclear. Os dados são da ONG americana Human Rights Activists.
Durante o ataque de ontem, o Irã afirmou ter usado um míssil novo. A informação, segundo a agência de notícias Fars, foi passada por um porta-voz do Ministério da Defesa.
Israel também fez novos ataques ao Irã. Segundo o exército, foram atingidas "dezenas de infraestruturas de armazenamento e lançamento de mísseis terra-terra", assim como lançadores de mísseis terra-ar e depósitos de drones no oeste do Irã.
Estados Unidos mobilizaram caças e porta-aviões para o Oriente Médio. O envio do material bélico aconteceu no dia em que Donald Trump pediu a rendição incondicional de Khamenei e afirmou que sabia o paradeiro dele.
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