Confunde crianças: o que é a bomba de fragmentação que o Irã teria usado

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O governo de Israel acusou o Irã de disparar ontem pela primeira vez um míssil que espalhou pequenas bombas de fragmentação com o objetivo de aumentar o número de vítimas civis. O Irã não respondeu.
O que aconteceu
Ogiva se abriu a cerca de 7 km de altitude e espalhou 20 submunições sobre uma área de 8 km no centro de Israel. Os militares israelenses detalharam que uma das pequenas munições atingiu uma casa na cidade de Azor, causando alguns danos. Não houve relatos de vítimas da bomba.
Arma cluster é projetada para dispersar bombas menores em uma grande área. Ao ser disparado contra o alvo, o conteúdo se desprende após o lançamento. A arma faz parte da categoria das munições "cluster" — que armazenam outros subprojéteis em seu interior. Em sua forma mais básica, uma bomba de fragmentação normalmente consiste em um corpo oco, repleto de outros explosivos.
Podem ser lançadas do ar ou disparadas do solo ou do mar. Os explosivos se dividem em pedaços menores, ampliando seu efeito destrutivo. Ao serem direcionados a um alvo, um fusível ativa o armamento, que se espalha no trajeto e acerta tudo em seu caminho — podendo alcançar áreas tão extensas quanto um campo de futebol.
Por que bombas de fragmentação são criticadas

Bombas de fragmentação são condenadas pelas leis humanitárias internacionais. Elas foram usadas pela primeira vez na Segunda Guerra Mundial, com o propósito de destruir múltiplos alvos. Pelo menos 15 países as usaram nos anos seguintes, segundo a Reuters. Após amplo debate, os EUA forneceram à Ucrânia, em 2023, para uso contra as forças de ocupação russas. Kiev afirma que as tropas russas também as dispararam.
Civis, especialmente crianças, são as principais vítimas de bombas de fragmentação. Assim como acontece com as minas terrestres, 94% das vítimas de bombas de fragmentação registradas são civis, das quais quase 40% são crianças, diz a CNN. Quando não não explodem após o lançamento, as bombas são pequenas e podem parecer brinquedos. Quando manuseadas de forma incorreta, explodem e causam morte ou mutilação.
Apesar disso, Irã e Israel se recusaram a aderir a proibição internacional de 2008. Documento que trata sobre a produção, armazenamento, transferência e uso de bombas de fragmentação que foi assinado por 111 países e 12 outras entidades. EUA, Ucrânia e Rússia também se recusaram a aderir à Convenção contra Munições de Fragmentação.
Um número significativo de bombas menores não explode no primeiro impacto, como é pretendido. Segundo a CBS News, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou que a taxa de falha de munição — conhecida como "taxa de insucesso" — variou de 10% a 40% em conflitos recentes.
*Com informações da Reuters e de reportagem publicada em 10/07/2023
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