Irmã de brasileira que caiu em trilha na Indonésia desmente resgate

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A família da brasileira Juliana Marins, que caiu durante uma trilha em um vulcão na Indonésia, disse que as informações divulgadas pela embaixada do Brasil em Jacarta sobre a jovem ter recebido água e comida eram falsas. Após mais de 40 horas, ela ainda não foi resgatada, diz a família.
O que aconteceu
A irmã da jovem, Mariana Marins, disse que o resgate não chegou até ela. As informações são de outros montanhistas em contato com a família. Ontem, no entanto, as autoridades locais afirmaram aos familiares que uma equipe havia chegado até a área montanhosa e estava estabilizando Juliana com água, comida e aquecimento.
Recebemos, com muita preocupação e apreensão, que não é verdadeira a informação que a equipe de resgate levou comida, água e agasalho para a Juliana, conforme divulgado pelas autoridades indonésias e pela embaixada do Brasil em Jacarta. Mariana Marins
Prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), também afirmou que o resgate ainda não chegou até ela. ''As equipes ainda não a encontraram. Então, não procede a informação que saiu ontem de que ela tenha sido encontrada e assistida'', falou em vídeo hoje nas redes sociais.
As equipes estão no local, é um local inóspito, a mais de 3 mil metros de altitude, de um terreno arenoso. Eu passei a madrugada, o dia de ontem, acompanhando o caso, pedindo às autoridades brasileiras em Jacarta que reforçem a cobrança às equipes de resgate e às autoridades locais da Indonésia. Rodrigo Neves
A irmã acusa a embaixada de ter forjado vídeos como sendo do momento do resgate. As imagens, obtidas pelo UOL, mostram apenas a equipe, no escuro, e sem a aparição de Juliana.
Segundo Mariana, a irmã foi vista pela última vez ontem às 17h30 do horário de Brasília por gravações de drone por turistas, mas não está mais nesse local. Todas as imagens que mostram Juliana são de ontem, e não há vídeos ou informações mais atualizadas.
Familiares têm recebido atualizações de montanhistas e turistas que estão na região. Segundo eles, em um momento em que o tempo se abriu na manhã do horário local, o drone não encontrou Juliana na pedra onde estava. Horas depois, a neblina e umidade cobriram o tempo.
Não conseguiram chegar até a Juliana, pois as cordas não tinham tamanho suficiente, além da baixa visibilidade. Ou seja, tem mais de 36 horas que Juliana segue desaparecida. Mariana Marins
Grupo que mantém contato com a família disse que resgate precisou ser abortado hoje devido às condições climáticas. ''A situação climática piorou muito, o local é realmente muito inóspito'', falou um dos turistas em mensagem à Mariana.
O UOL tenta contato hoje com o Itamaraty e com a embaixada brasileira em Jacarta, e aguarda um posicionamento.
Entenda o caso

A publicitária Juliana Marins, de 26 anos, tropeçou e escorregou durante a trilha na noite de sexta-feira, segundo a família. Ela rolou da montanha e foi parar a cerca de 300 metros abaixo do caminho da trilha, no vulcão Rinjaji, na ilha de Lombok. Com isso, ficou debilitada e não conseguia se movimentar.
Três horas depois do acidente, um grupo de espanhóis encontrou a brasileira. A irmã dela, Mariana, vive em Niterói (RJ) e disse ao UOL que as pessoas que passaram pelo local perguntaram o nome de Juliana e tentaram achar familiares e amigos dela pelas redes sociais.
Família acompanhou situação por fotos e vídeos enviados pelos espanhóis, na espera pelo resgate. Mariana diz que tudo se agravou com o aparecimento de uma neblina e umidade muito forte, que fez com que Juliana escorregasse ainda mais da pedra. A irmã chegou a dizer que seria um ''absurdo se ela morresse por falta de socorro''.
Juliana fazia um ''mochilão'' desde o final de fevereiro com uma agência de turismo. ''A empresa de turismo que a levou ficou mentindo o tempo todo, dizendo que o resgate tinha chegado, e não tinha chegado coisa nenhuma'', fala a irmã.
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