'Que a diplomacia silencie as armas', diz papa, após ataques dos EUA ao Irã

Após ataques dos EUA ao Irã ontem, o papa Leão 14 pediu por paz e afirmou que a guerra apenas amplifica os problemas, criando ''feridas profundas'' sem soluções duradouras.

O que aconteceu

O papa disse que notícias alarmantes continuam chegando do Oriente Médio. Ele realizou um discurso ontem poucas horas depois de bombardeios americanos atingirem instalações nucleares iranianas, em meio ao conflito entre Israel e Irã — que já dura mais de uma semana.

Pontífice declarou que o clamor pela paz não deve ser ''abafado pelo rugido das armas ou por palavras que incitem ao conflito''. Ele ainda pediu que todos os membros da comunidade internacional assumam responsabilidade moral para frear a tragédia antes que se torne um ''abismo irreparável''.

A guerra não resolve os problemas. Pelo contrário, ela os amplifica e causa feridas profundas na história dos povos. Nenhuma vitória militar jamais poderá compensar a dor de uma mãe, o medo de uma criança ou um futuro roubado. Papa Leão 14

O líder religioso ainda alertou para a situação na Faixa de Gaza. "O sofrimento diário da população, especialmente em Gaza e outros territórios, corre o risco de ser esquecido, mesmo quando a necessidade de ajuda humanitária adequada se torna cada vez mais urgente", afirmou.

EUA entram na guerra de Israel contra o Irã

Na noite de ontem, Donald Trump anunciou o bombardeio de três instalações nucleares no país persa. "As instalações-chave de enriquecimento [nuclear] do Irã foram total e completamente obliteradas", disse o norte-americano em discurso televisionado.

Até o momento, o Irã confirmou o ataque, mas não a extensão do dano. Na manhã de hoje, o país retaliou lançando uma salva de mísseis contra Israel, incluindo a região da capital Tel Aviv. Segundo o serviço de resgate israelense, 23 pessoas ficaram feridas.

Conflito chega ao 10º dia. No último dia 13, Israel bombardeou o Irã, citando temores de que o país persa esteja desenvolvendo armas nucleares. A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) disse na semana passada que Teerã violou a obrigações de não proliferação nuclear pela primeira vez em 20 anos.

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O Irã nega que esteja buscando armas nucleares e afirma que seu programa tem fins pacíficos. O regime dos aiatolás acusa a agência de motivações políticas.

Usina de Enriquecimento de Combustível de Fordow, no centro do Irã, que os EUA dizem ter atingido
Usina de Enriquecimento de Combustível de Fordow, no centro do Irã, que os EUA dizem ter atingido Imagem: Maxar Technologies via AFP - 14/06/2025

*Com informações da AFP

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