Conteúdo publicado há 17 dias

Bulla: Fator imponderável, resposta do Irã pode vir com táticas terroristas

A forma como o Irã responderá aos ataques dos Estados Unidos se tornou imprevisível e pode vir com o uso de táticas terroristas, analisou a colunista Beatriz Bulla na edição de hoje do UOL News.

Hoje, o governo iraniano ameaçou os EUA após o ataque às instalações nucleares do país no fim de semana. O presidente norte-americano Donald Trump falou em "mudança de regime" no Irã, mas deixar claro se os EUA tomariam alguma iniciativa nesse sentido.

Trump vem falando que eles praticamente conseguiram eliminar o programa nuclear iraniano, mas isso não vem sendo confirmado até agora pelas próprias agências americanas e pela agência internacional que trata desse assunto. Até agora, temos a palavra do Trump sobre o que aconteceu.

Há um fator imponderável de como e qual será o tamanho da resposta que o Irão tem a oferecer para os EUA. As táticas terroristas são uma prática possível de ser utilizada pelo Irã agora. O mundo sabe disso pelas práticas do Irã fora do país. O que virá depois disso? Após uma resposta do Irã às bases americanas, qual será a tréplica dos EUA? O quão mais longe isso irá?

Todo mundo se pergunta isso e não há uma resposta porque depende dos desdobramentos dos dias posteriores. Por isso, a comunidade internacional vem clamando para parar a escalada desse conflito e chegar a um ponto de negociação de paz, que parece tão improvável hoje a julgar pelas declarações que vemos tanto de um lado como do outro. Beatriz Bulla, colunista do UOL

Bulla ressaltou que a guinada no discurso de Trump, com a defesa de uma mudança no regime de governo do Irã, pode colocar em risco a popularidade do republicano nos EUA, até mesmo entre seus apoiadores.

Essa declaração contraria o que o governo [de Trump] vinha dizendo até então. Todos os agentes do governo americano e de Israel diziam que estavam focados em acabar com o programa nuclear iraniano, que seria uma ameaça global para o mundo.

De repente, quando Trump sugere que os EUA podem buscar uma mudança de regime no Irã, além de contrariar tudo o que vinha sendo dito para justificar essa entrada direta do país no conflito, de certa forma o presidente também contraria o que os americanos querem. A entrada no conflito foi uma escolha ousada de Trump.

Ele jogou em um campo no qual poderia ter muito respaldo dos americanos, cuja maioria crê que os EUA não deveriam entrar em uma nova guerra, mas concorda com a visão de Trump de que o Irã não pode ter armas nucleares.

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Enquanto Trump mira na questão das armas, pode conseguir algum respaldo doméstico. Quando começar a partir para a defesa da mudança do regime no Irã, será interessante ver a reação da população americana. Quando é para barrar uma ameaça global, tanto para republicanos como democratas, talvez Trump conseguisse esse apoio. Quando ele muda o discurso e vai nessa linha de mudança de regime, ficará muito difícil para ele. Beatriz Bulla, colunista do UOL

Josias: Apoio de Rússia e China ao Irã é mais retórico do que militar

A participação de Rússia e China no conflito entre Irã e Israel consiste em discursos de apoio aos iranianos e, até o momento, não envolve ajuda militar, afirmou o colunista Josias de Souza.

O conflito ganhou um novo patamar com esse envolvimento mais direto dos EUA, que bombardearam instalações nucleares do Irã. Até aqui, estavam apoiando retórica e financeiramente Israel nesse seu embate contra adversários no Oriente Médio. Agora, Trump colocou os EUA na guerra.

Essa retórica do Putin não poderia ser diferente. Os dois principais aliados do Irã são a Rússia e a China, mas ambos têm outras prioridades. Putin está envolvido em uma guerra particular com a Ucrânia, provocada por ele. Qualquer questionamento às ações dos EUA no Irã tem um quê de cinismo quando vem dos lábios de Putin, que Putin não tem muita legitimidade para questionar o comportamento de Trump e [Benjamin] Netanyahu [primeiro-ministro de Israel].

Em relação à China, a mesma coisa. Ela está interessada em outras coisas e não em uma guerra, senão no conflito comercial que trava mais diretamente com os EUA. A China olha para essa escalada no Irã com outro tipo de preocupação. O Irã fala em bloquear o estreito de Ormuz e, se isso acontecer, o primeiro prejudicado é o governo chinês.

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Retoricamente, China e Rússia sempre ficarão ao lado do Irã. Já está sendo assim no âmbito do Conselho de Segurança da ONU. Por ora, não me parece haver uma disposição efetiva de ambos em comparecer militarmente a esse confronto. Se isso ocorrer, evidentemente se tornará uma Terceira Guerra Mundial. O apoio da Rússia e da China é mais retórico do que militar. Josias de Souza, colunista do UOL

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