Irã ataca com mísseis base militar dos EUA no Qatar
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O Irã atacou hoje com mísseis a maior base militar dos Estados Unidos no Oriente Médio, localizada no Qatar. A ação é uma retaliação aos bombardeios dos EUA contra instalações nucleares iranianas no sábado.
O que aconteceu
Base americana de Al-Udeid, no Qatar, foi o alvo do ataque na noite de hoje (horário local). Irã lançou seis mísseis em direção às instalações dos EUA, segundo o site Axios. O governo do Qatar informou que não há feridos e nem mortos.
Inicialmente, relatos diziam que a base aérea de Ain al-Asad, no Iraque, também teria sido atingida. Mas um oficial militar dos EUA afirmou à Reuters que nenhum ataque do Irã foi registrado em qualquer base americana além de Al Udeid, no Qatar.
O sistema de defesa aérea foi ativado na base aérea americana no Iraque. A recomendação do governo é que soldados devem se abrigar em bunkers.
Irã anunciou que começou uma operação no Oriente Médio. Em comunicado divulgado nas redes sociais, a TV estatal iraniana informou o início da "Operação Anunciação da Vitória" contra as forças militares dos EUA, em resposta aos ataques anteriores a três usinas nucleares iranianas.
Irã avisou que atacaria, diz EUA
Trump agradeceu ao Irã por ter avisado que atacaria. O republicano também confirmou que ninguém ficou ferido. "Quero agradecer ao Irã por nos avisar com antecedência, o que possibilitou que nenhuma vida fosse perdida e ninguém ficasse ferido", escreveu na rede social Truth Social.
Presidente classificou o ataque como "fraco". "O Irã respondeu oficialmente à nossa destruição de suas instalações nucleares com uma resposta muito fraca, o que esperávamos e que combatemos com muita eficácia", afirmou Trump.
Donald Trump também declarou que Teerã deve buscar a paz após o ataque. "Eu encorajarei Israel com entusiasmo a fazer o mesmo", disse, sem dar mais detalhes da conversa com Tel Aviv.
EUA monitoraram ataques em uma reunião de emergência no Salão Oval. Um alto funcionário do governo norte-americano disse à Reuters que a Casa Branca e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos estão cientes e monitorando de perto as potenciais ameaças à base aérea de Al Udeid, no Qatar.
Por enquanto, o governo de Donald Trump insiste em adotar a narrativa de que o ataque foi apenas "simbólico". O posicionamento inicial é de que o ataque de hoje seria uma tentativa do regime em Teerã de mostrar "sua suposta força" a sua própria população, na esperança de manter sua credibilidade. O volume de mísseis seria apenas uma fração do que foi lançado nos primeiros dias dos ataques entre Israel e Irã.
Líder do Irã diz que país 'não agrediu ninguém'
O aiatolá Khamenei, 86, afirmou que o Irã não vai aceitar agressão de nenhum país. "Não agredimos ninguém. E não aceitaremos nenhuma agressão de ninguém, sob nenhuma circunstância", publicou.
Khamenei escreveu que essa é a lógica da nação iraniana. "Não nos submeteremos a agressão de ninguém, sob nenhuma circunstância", afirmou.
O aiatolá do Irã se isolou em bunker temendo ser alvo de ataques. Enfraquecido após perder vários auxiliares e ciente de que pode ser ele mesmo vítima de um atentado em breve, o líder supremo do Irã nomeou à Assembleia dos Peritos três clérigos como candidatos à sucessão, informou o jornal americano The New York Times neste sábado (21).
Estado de alerta

Base dos EUA na Síria está em alerta máximo. A principal base militar dos Estados Unidos na Síria está em alerta máximo para um possível ataque do Irã ou de grupos aliados do país.
Embaixadas dos EUA em Doha e em Bahrein também estão em um estado de alerta. Durante o dia, a diplomacia americana emitiu um aviso a todos os americanos no Catar a procurar "abrigo". Já o Qatar qualificou os ataques como uma "violação flagrante de sua soberania" e indicou que não houve mortes ou feridos. O país anunciou pouco antes do ataque que fechou o espaço aéreo em meio ao conflito.
O Irã avisou que o ataque com o governo do Catar, para minimizar mortes e feridos. O governo americano também foi informado, a partir de seus aliados no Qatar.
O Conselho de Segurança do Irã deixou claro que o ataque não era contra o "país irmão do Qatar". Disse ainda que os mísseis foram na mesma quantidade daqueles usados pelos EUA contra as instalações nucleares iranianas, no sábado. O esforço, portanto, era para não abrir uma guerra contra o Qatar e mostrar que existe uma reciprocidade.
Criada em 1996, a base militar dos EUA em Doha, no Qatar, tem hoje 10 mil soldados. A base, com 24 hectares, é localizada ao sudoeste da capital Doha, e é o quartel-general avançado do Comando Central dos EUA. Trata-se de uma das bases mais estratégicas dos americanos no mundo e dirige operações militares dos EUA em uma faixa de território que se estende do Egito, até o Cazaquistão.
'Era do espancamento chegou ao fim', diz Irã
Irã diz que ataque contra bases dos EUA foram feitos porque o país violou o direito internacional. Em comunicado divulgado pela emissora estatal do país, o regime iraniano justifica que os bombardeios de hoje foram retaliações ao que chamou de "flagrante agressão militar do regime criminoso dos Estados Unidos contra as instalações nucleares pacíficas da República Islâmica do Irã".
O país afirmou que não deixará sua integridade territorial, soberania e segurança nacional sem respostas, em nenhuma circunstância. "Com a agressão do inimigo americano, tornou-se claro para todos que a maldade dos sionistas era uma extensão dos desígnios americanos. Assim, lembramos que, nesta defesa nacional, as bases e os alvos militares móveis dos EUA na região não são um ponto forte, mas sim uma grande fraqueza e um espinho no pé deste regime belicista", diz comunicado.
Mais uma vez alertamos os inimigos do Irã islâmico de que a era de espancamento e enfrentamento chegou ao fim, assim como a vontade das poderosas forças armadas populares do país. Qualquer repetição de atos de vandalismo levará à aceleração do colapso dos pilares militares dos EUA na região.
Irã, em comunicado divulgado hoje
Ataque dos EUA

Irã já havia ameaçado os EUA hoje após ataque às instalações nucleares da República Islâmica. "O ato hostil (...) ampliará o alcance dos alvos legítimos das Forças Armadas da República Islâmica do Irã e abrirá o caminho para a expansão da guerra na região", declarou o porta-voz das Forças Armadas, Ebrahim Zolfaghari.
Anteontem, sete bombardeiros B-2 lançaram 14 bombas destruidoras de bunkers contra o Irã. "O presidente [Donald Trump] autorizou uma operação de precisão para neutralizar as ameaças aos nossos interesses nacionais representadas pelo programa nuclear iraniano", afirmou o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth.
Avaliações iniciais indicaram que três instalações nucleares do Irã sofreram danos e destruição extremamente graves. As informações são do chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine. Ele se recusou a especular se alguma capacidade nuclear iraniana ainda poderia estar intacta.
A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) exigiu hoje acesso às instalações nucleares iranianas. Segundo o diretor-geral da agência, Rafael Grossi, o intuito é avaliar as reservas de urânio altamente enriquecido após os ataques dos EUA.
O conflito
Conflito entre Irã e Israel começou há dez dias Acusando o Irã de estar próximo de desenvolver uma arma nuclear, Israel lançou um ataque surpresa contra o país no último dia 13 de junho, expandindo a guerra no Oriente Médio.
O Irã afirma que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos. O país persa diz que estava no meio de uma negociação com os Estados Unidos para estabelecer acordos que garantissem o cumprimento do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, do qual Irã é signatário.
No entanto, a Agência Internacional de Energia Atômica vinha acusando o Irã de não cumprir todas suas obrigações. Apesar disso, a agência declarou que não tem provas de que o país estaria construindo uma bomba atômica. O Irã acusa a agência de agir "politicamente motivada" e dirigida pelas potências ocidentais, como EUA, França e Grã-Bretanha, que têm apoiado Israel na guerra contra Teerã.
Em março, o setor de Inteligência dos Estados Unidos afirmou que o Irã não estava construindo armas nucleares. Apesar de Israel não aceitar que o Irã desenvolva armas nucleares, diversas fontes ao longo da história indicaram que o país mantém um amplo programa nuclear secreto desde a década de 1950.
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