Nº 1 da Defesa dos EUA trabalhou na TV e diz que não lavou mãos por 10 anos

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, 45, ganhou destaque no noticiário nos últimos dias após o país bombardear o Irã. No dia seguinte aos ataques, ele reforçou as ameaças e disse que qualquer retaliação "será respondida com uma força muito maior".

Quem é Pete Hegseth

Foi aprovado para o cargo em voto de desempate. Hegseth tomou posse em janeiro deste ano após uma votação acirrada no Senado, onde um empate de 50-50 foi dissolvido pelo vice-presidente dos EUA, J.D. Vance. Foi a segunda vez na história do país que um vice-presidente desempatou a nomeação de um indicado para o gabinete.

Hegseth foi oficial de infantaria da Guarda Nacional do Exército, segundo sua biografia disponível no site da Defesa. Ele participou de diversas missões em serviço ativo durante seu período de serviço, incluindo operações na Baía de Guantánamo, Iraque e Afeganistão.

Assumiu com a promessa de "restaurar a cultura de guerra" no Pentágono. Durante sabatina no comitê do Senado, ele afirmou repetidas vezes que desejava reformar o Pentágono de cima a baixo, porque, segundo ele, a instituição comunga com uma ideologia excessivamente de esquerda para seu gosto, o que é chamado de "woke" — o termo se refere principalmente às pautas identitárias e de diversidade.

Ele zombou de militares transgêneros e disse que políticas de diversidade e inclusão afastavam recrutas. "Os filhos e filhas brancos da América estão se afastando, e quem pode culpá-los", afirmou, segundo reportagem da agência Associated Press.

Republicano, televisivo e ex-militar. Hegseth era conhecido como apresentador do canal Fox News, o favorito dos conservadores nos EUA, onde começou a participar como comentarista em 2014. Ele tem 734 mil seguidores no Instagram.

Durante seu período na TV, ele disse ter ficado dez anos sem lavar as mãos. Em 2019, durante o programa matinal "Fox and Friends", ele afirmou que não lavava as mãos havia dez anos porque "os germes não são reais" e que esta seria uma forma de "se vacinar". A afirmação é equivocada porque se imunizar é a forma mais segura e eficaz de evitar doenças ou amenizar seus sintomas. Associações médicas recomendam que lavar as mãos regularmente é uma das principais maneiras de evitar a contaminação com doenças como gripe. Depois da repercussão, ele disse que estava "apenas brincando".

Assim como Trump, ele critica os aliados da Otan por acreditar que os países não estão gastando o suficiente em defesa. Para Hegseth, as nações que fazem parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte são "hipócritas e impotentes que nos pedem para honrar arranjos de defesa antiquados e unilaterais que eles não cumprem mais".

Foi acusado de agressão sexual e consumo excessivo de álcool. A oposição o questionou sobre uma acusação de agressão sexual que teria ocorrido em 2017 na Califórnia. O ex-militar negou ter mantido relações não consentidas. Anos depois, chegou a um acordo financeiro de US$ 50 mil com a mulher que o havia acusado, para evitar o processo judicial. Hegseth declarou publicamente que "nunca teve problemas com bebida" em uma entrevista na Fox News.

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