IA, reforma da ONU e multilateralismo: a declaração dos países do Brics

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A declaração da 17ª Reunião de Cúpula de Líderes do Brics defende uma governança global para Inteligência Artificial, a reforma do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), a solução de dois Estados para o conflito entre Israel e a Palestina, e a defesa do multilateralismo. O documento foi divulgado na tarde de hoje.
Governança Global para IA
A inteligência artificial foi tema de uma declaração própria. No documento da cúpula, os países defendem um esforço coletivo para uma governança sobre IA que leve em conta os riscos e garanta acesso amplo e inclusivo à tecnologia.
Reforma da ONU e do Conselho de Segurança
Os países pleiteiam maior representação do Sul Global na organização. O Conselho de Segurança da ONU é composto de cinco membros permanentes, dos quais dois deles integram o Brics: a China e a Rússia. O documento destacou ainda o apoio desses dois países a um maior protagonismo do Brasil e da Índia no órgão.
Solução de dois Estados
Brics defendem criação de Estado palestino. Com a entrada do Irã no Brics, houve tensão nos bastidores para se chegar a um consenso na declaração conjunta, como mostrou reportagem da Folha de S. Paulo. O Irã não reconhece o estado de Israel e está envolvido no conflito, mas foi voto vencido. O documento também condenou os ataques contra o território iraniano, e solicitou a retirada das forças israelenses dos territórios palestinos ocupados.
Defesa do multilateralismo
Sem citar os Estados Unidos, os países condenaram a imposição de tarifas unilaterais. "A proliferação de ações restritivas ao comércio, seja na forma de aumento indiscriminado de tarifas e de medidas não-tarifárias, seja na forma de protecionismo sob o disfarce de objetivos ambientais, ameaça reduzir ainda mais o comércio global", diz o documento.
Os Brics se comprometeram a promover um sistema tributário internacional justo. "Reiteramos nosso compromisso com a transparência fiscal e com a promoção do diálogo global sobre tributação eficaz e justa, aumentando a progressividade e contribuindo para os esforços de redução da desigualdade", diz a declaração.
Meio Ambiente
Os países se comprometem a cumprir as metas do Acordo de Paris e a garantir transição energética justa e inclusiva. O documento, no entanto, reconhece que os combustíveis fósseis ainda são parte importante da matriz energética mundial para as economias em desenvolvimento.
Combate à discriminação
O documento destaca também a necessidade de intensificar a luta contra o racismo, a xenofobia e demais tipos de discriminação. "Incluindo as tendências alarmantes de discurso de ódio, desinformação e informação enganosa crescentes", afirma.
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