No Brics, Lula defende reforma da OMC: 'Imprescindível e urgente'

O presidente Lula defendeu uma reforma na OMC ao discursar na abertura da plenária sobre multilateralismo, economia e Inteligência Artificial da cúpula dos Brics na tarde de hoje.

O que aconteceu

"Reforma da Organização Mundial do Comércio é outro eixo de ação imprescindível e urgente", disse Lula. O presidente afirmou que a paralisia da instituição e o avanço do protecionismo criam uma situação de "assimetria insustentável" para os países em desenvolvimento.

Trump congelou verbas para a OMC em abril. A contribuição dos Estados Unidos representava 11% do orçamento da organização. Para o governo Trump, a OMC permitiu que a China obtivesse vantagem injusta de exportação por meio de subsídios maciços. A organização rejeita essa crítica.

Lula defendeu equilíbrio de obrigações e direitos. O petista disse que "não será possível restabelecer a confiança na OMC" sem promover um equilíbrio justo de obrigações e direitos que leve em conta os interesses de todos os membros. O Brics apoiam a candidatura da Etiópia e do Irã para a OMC. Em outro discurso, em junho, Lula havia afirmado que as regras da organização haviam sido "erodidas" a ponto de deixá-la inoperante".

Emergentes financiam mundo desenvolvido. Lula disse ainda que as estruturas do Banco Mundial e do FMI sustentam um "plano Marshall às avessas", em que as economias emergentes financiam os países desenvolvidos.

Alerta sobre manipulação de IA por bilionários. Os países do Brics produziram uma declaração conjunta sobre inteligência artificial. Para Lula, o desenvolvimento dessa tecnologia não pode ser privilégio de poucos países ou ainda "um instrumento de manipulação na mão de bilionários".

Proposta de cabos submarinos ligando os países do grupo. O presidente citou a ideia de fazer um estudo de viabilidade para que cabos submarinos liguem diretamente os países membros do Brics com o objetivo de melhorar a troca de dados.

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