Museu do 11 de Setembro abre em Nova York com público taciturno
Individualmente ou em grupos, as pessoas saíam das escuras salas de exposição e do assunto ainda mais sombrio do Museu e Memorial Nacional do 11 de Setembro procurando por palavras como "avassalador", "chocante" e "angustiante".
Na quarta-feira (20), quase uma semana após sua abertura para parentes das vítimas e de pessoal de resgate, o museu foi aberto para o público em geral.
Assim que as portas se abriram às 9 horas da manhã, turistas vestidos de forma casual, com tênis cor de rosa e camisetas da Mona Lisa faziam fila ao lado de nova-iorquinos de expressão triste, aguardando para prestar homenagem a amigos e vizinhos que morreram no ataque terrorista.
"Angustiante é a melhor forma de descrevê-lo", disse Nell Anderson, 29 anos, uma designer de interiores do Brooklyn. "As pessoas estavam muito solenes, muito silenciosas. Os ataques aconteceram quando eu estava no colégio, mas agora que Nova York é meu lar, eu quis prestar minha homenagem."
O dr. James Koppel, 62 anos, um anestesiologista de Manhattan, disse: "Eu estou chocado. Eu não achei que seria tão extenso assim e não achei que ficaria tão triste de novo".
"A coisa tinha passado um pouco, mas vir aqui trouxe tudo de volta", disse Koppel. Ele disse ter ficado feliz por ter visitado, mas acrescentou: "Eu não sei se voltaria. Os sentimentos que provoca não são agradáveis".
A carga total de ingressos do primeiro dia, de 7.000, foi toda vendida online, bem antes do dia da abertura. O museu planeja permitir entre 5.000 e 8.000 visitantes por dia, apesar desse número poder ser ajustado. A entrada custa US$ 24, apesar de parentes das vítimas e pessoal de resgate do 11 de Setembro entrarem gratuitamente.
Havia algumas vozes discordantes entre os visitantes. Todd Fine, um historiador amador e líder de um movimento popular para aumentar o reconhecimento do passado árabe-americano do centro de Manhattan, pediu ao museu que refizesse a apresentação em vídeo da exposição sobre as raízes ideológicas dos ataques, que ele descreveu como "muito problemática".
"Se eles vão entrar na história das ideologias por trás da Al Qaeda, eles precisam entrar no contexto político pleno do Oriente Médio no século 20, que criou essas organizações", ele disse.
Outros disseram que apesar de uma visão positiva de modo geral, eles consideraram a ideia de uma loja de souvenires grosseiramente comercial, ou repudiaram a ideia de rever as imagens dos aviões colidindo contra as torres.
"Eu acho que todos nós nos lembramos disso. Nós realmente precisamos ver repetidas vezes?", disse Lori Strelecki, 50 anos, de Milford, Pensilvânia.
A inauguração oficial foi precedida pelo desfraldar cerimonial daquela que é conhecida como Bandeira Nacional do 11 de Setembro, uma bandeira americana rasgada e desbotada que ficou pendurada no local do World Trade Center após os ataques e foi recosturada em uma jornada por todos os 50 Estados. Doada pela Fundação “Nova York Diz Obrigado”, ela se tornará parte da coleção do museu.
Crianças acompanharam um guarda de honra uniformizado segurando a bandeira na breve cerimônia de abertura, durante a qual Joseph C. Daniels, o presidente-executivo da fundação memorial e museu, disse: "No final, é para isso que construímos este museu. Para assegurar que os filhos dos filhos de nossos filhos saibam o que este país passou no 11 de Setembro, e igualmente importante, saibam como nos unimos para ajudar uns aos outros com compaixão absolutamente ilimitada".
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