Diante das estatísticas da criminalidade, prefeito chama NY de "a mais segura das grandes cidades"
Um dia após a polícia denunciar um aumento pronunciado em tiroteios e homicídios na cidade até agora neste ano, o prefeito Bill de Blasio na última terça-feira (2) tentou tranquilizar os moradores dizendo que Nova York continua sendo “a mais segura das grandes cidades americanas”, rejeitando qualquer sugestão de que suas políticas são responsáveis pelo aumento registrado.
O prefeito observou que os crimes em geral caíram em mais de 6% desde o ano passado - “2.700 crimes a menos”, disse duas vezes, para dar ênfase.
Ele também anunciou que “medidas já estão sendo tomadas” para conter a violência. Ele citou o destacamento de novos agentes para bairros com mais crimes e melhorias tecnológicas recentes do Departamento de Polícia, entre outras iniciativas.
“Isso é algo que levamos muito a sério”, disse Blasio em uma coletiva de imprensa, antes de uma cerimônia para a assinatura de um projeto de lei na Câmara Municipal. “Estamos tratando disso neste instante."
Pela primeira vez desde o final da década de 90, segundo as autoridades, os tiros na cidade aumentaram por dois anos consecutivos. Os homicídios por armas de fogo, considerados uma medida significativa de atos de violência evitáveis, subiram de 69 em maio de 2013 e 2014 para 98 em maio de 2015.
Para Blasio, um democrata que enfrentou ceticismo por parte da polícia diante de seus esforços para reformular suas práticas, qualquer aumento dos riscos na cidade é particularmente delicado.
Sua candidatura à prefeitura apostou em grande medida na proposta de alteração das táticas policiais de revistar as pessoas, por muito tempo consideradas pelo departamento como uma ferramenta fundamental para a redução da violência.
Mais tarde na terça-feira, durante uma aparição no “The Daily Show”, Blasio foi novamente questionado sobre o aumento dos tiroteios.
“Você sabe tão bem quanto eu”, disse o âncora Jon Stewart, “que no minuto em que os tiroteios sobem, que no minuto em que os homicídios sobem, a pressão política torna-se imensa.”
O prefeito, por sua vez, sugeriu que não havia “nenhuma dicotomia” em uma estratégia de policiamento que combine os “direitos constitucionais e o respeito às comunidades com um policiamento forte”.
No governo de Blasio, a cidade também relaxou sua abordagem para alguns delitos de baixo nível, como o porte de maconha. Ao mesmo tempo, o prefeito colocou ênfase na melhoria das relações entre os policiais e os bairros que patrulham.
As revistas caíram em 2014 em mais de 145 mil em relação ao ano anterior, para cerca de 46 mil, continuando uma tendência iniciada nos anos que antecederam a ascensão de Blasio ao cargo.
“Nós revistamos as pessoas que fizeram algo errado e você vê isso nas estatísticas”, disse o prefeito na terça-feira na conferência de imprensa. (No ano passado, 18% das pessoas revistadas foram presas ou intimadas, disseram as autoridades, em comparação com 12% em 2013.)
Ele observou que, nos últimos anos, muitas medidas de criminalidade atingiram níveis historicamente baixos.
“No ano passado, nós tivemos o menor número de homicídios em meio século”, disse ele. “Obviamente, isso significa que a nossa abordagem está funcionando.”
No entanto, tanto dentro da Prefeitura quanto na sede da polícia, tem havido crescente preocupação com a chegada dos meses de verão, quando a violência nas ruas frequentemente é maior.
No ano passado, Blasio alardeou os resultados do programa “All Out”, que enviou centenas de policiais adicionais para áreas de alta criminalidade, prevendo que os esforços deste ano iriam produzir resultados semelhantes.
Mas, em um sinal da gravidade do problema, neste ano o Departamento de Polícia começará o programa um mês mais cedo do que no ano passado. E também vai aumentar o efetivo nas noites de final de semana.
Blasio disse que a violência crescente parecia confinada a um pequeno número de distritos e em grande parte vinha da “atividade de gangues”. Ele argumentou que o aumento seria mais fácil de resolver porque o governo tem o conhecimento de onde está o problema e de quem são os perpetradores.
“Todos os dias estudo esses números e os sinto profundamente”, disse Blasio, que todas as manhãs recebe um resumo dos tiroteios e homicídios ocorridos durante a noite, por telefone. “Mas, ao mesmo tempo, nós vimos uma redução da violência em geral. Temos de reconhecer a grandeza dessa tendência também”.
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