Por que o poodle virou o cão preferido dos chineses?
Javier C. Hernández*
12/09/2016 06h00
Nas metrópoles superlotadas do leste da Ásia, os poodles toy marrons tornaram-se o último acessório indispensável.
Eles desfilam pelas ruas da China usando suéteres, gravatas borboleta e fantasias de dinossauro. São tão populares em Tottori, no Japão, que a polícia acrescentou a suas fileiras duas poodles toy, Fuga e Karin. Na China, os bichinhos são conhecidos como "taidi", uma variação da palavra inglesa "teddy" [ursinho].
Mas por que poodles toy? E por que marrons?
Os chineses amantes de poodles dizem que a raça é inteligente, amigável e tem personalidade parecida com a dos humanos. Segundo eles, a pelagem cor de café diferencia os cãezinhos de outros poodles e facilitam esconder a sujeira das ruas.
Nas cidades obcecadas por higiene da Ásia oriental, há outra vantagem: os poodles toy são conhecidos por soltar poucos pêlos.
"Eu a considero um membro da família", disse Xu Chen, 25, uma comissária de bordo de Pequim cuja poodle, Ceicei, é limpa, carinhosa e não dá muita despesa. "Ela é linda e muito inteligente."
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Os cães já foram considerados um luxo burguês na China, e os grandes animais são proibidos em partes das grandes cidades. Isso provocou um boom no mercado de cães pequenos, e cada "poodle toy" custa centenas de dólares.
Dos cerca de 950 mil cachorros que havia em Pequim no ano passado, mais de 13%, ou cerca de 125 mil, eram poodles toy, segundo o Beijing Kennel Club. Eles superavam outras raças como o bichon frisé, o golden retriever e o corgi.
Shen Ruihong, que dirige o clube canino, disse que a demanda por poodles toy na China aumentou vários anos atrás, depois de uma moda no Japão. Os poodles toy começaram a aparecer em programas de televisão populares e logo "se tornaram virais", disse ele, especialmente entre as mulheres jovens, que alimentam muitas modas.
"Quanto mais pessoas os criavam, mais pessoas os queriam", disse ele. "Agora temos demais."
* Yufan Huang e Emma Du colaboraram na pesquisa
Tradutor: Luiz Roberto Mendes Gonçalves