Saiba como reciclar e descartar produtos

Antônio Gaudério/Folhapress
As grandes caçambas coloridas lembram que vidro, papel, metal e plástico devem ser separados do lixo comum diariamente, processo que traz benefícios tanto econômicos quanto ambientais. Alguns materiais não podem ir para o aterro sanitário, pois contaminariam o solo e os rios por gerações a fio por demorar alguns séculos em sua decomposição. E, dependendo do que as embalagens guardam, elas não podem ser descartadas de qualquer jeito, nem mesmo na coleta seletiva, por carregarem resíduos perigosos à saúde humana, alerta Alessandro Azzoni, consultor do Cades (Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) do município de São Paulo
Karime Xavier/Folhapress
"Dentro dos produtos cosméticos, o esmalte é um dos mais baratos e, com o entra e sai da moda, as pessoas se desafazem facilmente dele, sem se dar conta do mal que fazem ao ambiente", afirma o consultor ambiental Alessandro Azzoni. Segundo ele, o descarte em massa dos vidros que ainda trazem esmalte pode oferecer riscos de contaminação direta do solo, devido aos inúmeros produtos químicos que são usados desde a fixação da cor à textura do verniz para as unhas. Antes de jogar fora o vidro, Azzoni avisa que é preciso uma higienização: "coloque um pouco de removedor para dissolver o esmalte vencido, derrame o conteúdo sobre uma folha de papel e espere alguns minutos até que a química evapore." Depois de repetir o processo, pode separar o recipiente com os vidros, a tampinha com os plásticos e jogar o papel-toalha no lixo comum
Tânia Regô/ABr
O consultor ambiental Alessandro Azzoni conta que boa parte das peças de computadores e celulares podem ser recicladas, quando não reaproveitadas pelas empresas. Mas uma pequena parte desses produtos eletrônicos, as placas de circuito integrado, guardam metais pesados que são prejudiciais ao meio ambiente. "Além de demorar um tempão para se decompor, as placas são tóxicas". O melhor a se fazer com o equipamento é doá-lo para entidades que transformam lixo eletrônico em inclusão social, reaproveitando maquinários para escolas e população carente
Arnd Wiegmann/Reuters
Basta colocar a bituca em um copo com um pouco de água para verificar que o filtro do cigarro é altamente contaminante. "A água fica amarelada rapidamente por causa do alcatrão e de outras substâncias nocivas", afirma Azzoni. Por isso, arremessar o que restou do cigarro na rua, ou mesmo jogar na privada, pode aumentar o risco de contaminação do solo e da água da sua cidade. O correto, diz ele, é reservar as bitucas dentro de um frasco, as chamadas bituqueiras, antes de serem jogadas no lixo. Algumas empresas já trabalham em métodos para reciclar bitucas em plástico
Karime Xavier/Folhapress
Depois de matar a fome com pastel, acarajé ou outros quitutes, o óleo da fritura pode ser reciclado de um jeito bem simples. É só guardar o líquido em uma garrafa PET e, com o vasilhame cheio, levá-lo a redes de supermercado, cooperativas de reciclagem e outros postos que recolham óleo de cozinha - enquanto você não preenche tudo, pode deixar a garrafa escondida debaixo da pia. "Se você jogar o óleo na pia, ele vai corroer o cano com o passar do tempo, causando um prejuízo ao consumidor e à rede pública. Além disso, a decomposição do óleo emite gás metano, ou seja, é um processo tão ruim quanto a poluição dos carros", explica o consultor ambiental
Edson Silva/Folhapress
Jogar um remédio vencido no lixo ou no vaso sanitário pode gerar consequências graves ao meio ambiente: as substâncias químicas das drogas podem contaminar o solo, a água e a atmosfera quando vão parar no aterro sanitário ou na rede de esgoto comum. Mesmo sem uma política pública no Brasil, algumas redes de farmácia e supermercados recolhem remédios que não foram usados para incinerá-los depois Mais
Aaron Favila/AP
O isopor deixado no lixão mantém as mesmas características do isopor que protege a sua geladeira ou que armazena um lanche: ele age como um isolante. "Portanto, se o descarte for feito de maneira errada, ele vai isolar aquela área [do aterro sanitário], manter calor e temperatura, evitando a decomposição do lixo", diz o consultor ambiental. O certo é jogar as embalagens junto com os plásticos
Ruben Sprich/Reuters
As lâmpadas fluorescentes e as pilhas são consideradas resíduos perigosos. Quando esses produtos são quebrados, eles soltam gases muito fortes e prejudiciais à saúde humana. Azzoni lembra que redes de farmácia e supermercados têm depósitos especiais para receber o descarte de lâmpadas e pilhas
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Já que a meia-calça demora para se decompor, o consultor ambiental Azzoni propõe reaproveitar o produto como elástico de cabelo. Depois de lavada, a meia-calça desfiada também pode armazenar cebolas e pequenos legumes na geladeira, sem deixar cheiro, além de resgatar objetos pequenos perdidos. Para isso, corte um pedaço do nylon, coloque na boca do cano do aspirador e procure a peça como se tivesse limpando a casa: o ar vai puxar o objeto, enquanto a meia-calça vai mantê-la presa para o resgate
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As clínicas de estética são obrigadas a descartar a cera depois de depilar os clientes. O "recondicionamento" do produto - processo que consiste em filtrar os pelos antes de aproveitar a cera em outra pessoa - tem de ser denunciado à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), afirma Alessandro Azzoni, consultor do Cades (Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) do município de São Paulo. Fora a questão higiênica, a cera acaba perdendo a propriedade e machucando a pessoa. "A reciclagem da cera pode causar lesões de pele, como dermatite e micose, e riscos de transmissões, desde feridas a HPV", explica
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As maiores contaminações de solo em São Paulo são causadas por postos de gasolina, segundo o consultor ambiental. Por isso, depois de trocar o óleo do carro, a embalagem não pode ser reciclada junto com outros plásticos. Coloque o óleo velho no recipiente e entregue em postos que fazem coleta
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O raio-x é uma chapa plástica que passa por um processo especial para retirada da prata, que é altamente contaminante, antes de ser reciclada. "É um processo simples, de mergulhar a chapa em uma substância que separa a prata", diz Azzoni qu recomenda entregar as chapas em hospitais e clínicas médicas
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Não são só as latinhas de refrigerante que têm de ir para a coleta seletiva. As embalagens de desodorantes spray têm mais alumínio do que as latinhas, pois têm de resistir a uma certa pressão", pondera Azzoni, consultor ambiental
Márcia Ribeiro/Folhapress
Agulhas, seringas e outros resíduos de hospitais e farmácias também são considerados resíduos perigosos. Como podem conter substancias tóxicas, inflamáveis e contaminantes de doentes, os estabelecimentos são obrigados a acondicionar o lixo hospitalar e fazer um descarte separado do lixo comum
Eco-Worms
As minhocas podem ser uma solução para acabar com o lixo de casa. Elas têm a capacidade de devorar diariamente entre 50% e 100% de seu peso em resíduos orgânicos (cascas e pó de café), materiais carbonados (papelão e jornais) e até a poeira varrida com a vassoura. À medida que o volume do lixo é reduzido, os excrementos das minhocas aumentam na composteira, uma torre que tem buracos entre cada andar para permitir o deslocamento das minhocas. Acima, imagem do Eco-Worms, modelo de composteira de minhocas vendido na França
Thinkstock/Getty Images
Cartões bancários, de saúde e de fidelidade de lojas vencidos podem virar capas de cadernos, relógios de parede, porta-copos, marcadores de livros e até pisos e revestimentos decorativos. O material plástico (PVC), apontado como um produto de difícil decomposição na natureza, pode ser reciclado diversas vezes. Uma fabricante de cartões implantou um programa de reciclagem em São Paulo que, no último ano, já recolheu mais de 320 mil cartões, evitando que 1,5 tonelada de resíduo fosse abandonado nos aterros - o produto é cortado em pontos estratégicos para ser inutilizado. O projeto tem totens para coleta do material, apelidados de 'Papa Cartão', em estações de metrô, escolas particulares, espaços de convivência e sedes de empresas