Amyr Klink: Travessia do Atlântico Sul a remo completa 30 anos

Arquivo Pessoal
Há 30 anos, o navegador Amyr Klink realizava uma proeza que o tornaria uma referência nacional e figura mundialmente conhecida: a travessia do oceano Atlântico Sul, da África ao Brasil, em um barco a remo. A data é lembrada por uma exposição com fotos do arquivo pessoal de Klink que ficará em cartaz até 2 de outubro, no Conjunto Nacional, região central de São Paulo. O UOL traz algumas dessas imagens, além de relatos do próprio navegador sobre as diferenças entre navegar há 30 anos e nos dias de hoje (Por Mirthyani Bezerra, do UOL em São Paulo)
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Em três décadas, o navegador Amyr Klink diz que muita coisa mudou, principalmente em relação à tecnologia de navegação. "As ferramentas de navegação são incríveis hoje, com o advento do GPS, dos sistemas ultra reduzidos, econômicos e acessíveis. Hoje, qualquer pessoa tem um sistema de navegação global no bolso, um telefone com mapas do planeta, cartografia e sistema de GPS", diz
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Além dos sistemas de navegação, a comunicação também melhorou em 30 anos, desde que Amyr Klink cruzou o oceano Atlântico Sul, da África ao Brasil, em um barco a remo. "O equipamento que eu tinha era uma estação rádio amadora", lembra. "Tinha de cronometrar os minutos de transmissão para não acabar com as baterias"
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"O que é curioso é que, apesar desses recursos fabulosos de monitoramento, previsão meteorológica, navegação e comunicação, hoje seria uma empreitada talvez mais individual", afirma o navegador Amyr Klink em relação à travessia do Atlântico Sul. "No rádio amadorismo existe uma solidariedade autêntica na frequência, que não existe na internet, por exemplo". A façanha de Klink não voltou a ser repetida desde então
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Da travessia do Atlântico Sul em 1984 até agora, Amyr Klink já fez inúmeras viagens, incluindo 15 idas à Antártida. Lá ele fez contato com muitos cientistas envolvidos em pesquisas sobre o impacto das mudanças climáticas no planeta, o que inclui a escassez de água. As conversas e uma compreensão mais profunda dessas questões contribuíram para fazer dele um dos defensores das causas ambientais no Brasil e no mundo
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O navegador Amyr Klink produz seus próprios barcos e instala neles um sistema desenvolvido por ele de controle eficiente do uso da água --que prima pelo uso consciente e evita desperdício. Ele defende que muitas dessas técnicas poderiam ser adaptadas para utilização nos domicílios residenciais
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O sistema desenvolvido pelo navegador brasileiro foi aprimorado ao longo de 30 anos de viagens que o levaram, inclusive, 15 vezes à Antártida. "Eu não tenho um engenheiro sanitarista no barco. Antes, a gente se informa, desenvolve uma solução, exatamente para ter esse conforto, para ter água em abundância, sem desperdício", explica Amyr Klink
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As viagens de Amyr Klink ao continente gelado resultaram no livro "Mar sem fim" (2000). Além dele, Klink escreveu outros quatro volumes: "Cem dias entre céu e mar" (1985), que relata a travessia do Atlântico Sul; "Paratii entre dois polos" (1992); "As janelas do Paratii" (1993); e "Linha-d'Água: entre estaleiros e homens do mar" (2006), o mais recente dos relatos