Aquecimento global provocado pelo homem é notícia há mais de um século

Arquivo/The Braidwood Dispatch and Mining Journal
1912 - Edição do The Braidwood Dispatch and Mining Journal, da Austrália, de 17 de julho de 1912, já trazia informação assertiva sobre os efeitos de combustíveis fósseis na atmosfera. "Consumo de carvão afeta o clima", diz a manchete. A nota trazia números sobre a queima global de carvão - 2 bilhões de toneladas anuais. Segundo o texto, tal consumo lançava 7 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera. "Isso tende a aumentar o efeito estufa e elevar as temperaturas. Os efeitos devem ser consideráveis em alguns séculos", diz a publicação. O achado da publicação de mais de um século deve-se a pesquisa em jornais australianos feita pelo escritor Cameron Muir, que vive em Canberra, na Austrália
Arquivo/The West Australian
1953 - Em 6 de maio de 1953, o The West Australian trazia a manchete "Indústrias esquentam o mundo". Segundo a reportagem, as atividades industriais estavam elevando a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera e provocando a intensificação do efeito estufa. Isso tenderia a "deixar o clima do mundo mais quente". A pesquisa em jornais australianos foi feita pelo escritor Cameron Muir, que vive em Canberra, na Austrália
Arquivo/O Estado de S. Paulo
1959 - A referência a estudos sobre o aquecimento global já era vista em reportagens de jornais brasileiros na década de 1950, que refletiam as dúvidas entre cientistas sobre o assunto. Reportagem de dezembro de 1959 de "O Estado de S. Paulo" falava do "atual estado de glaciação do planeta", referindo-se à situação das geleiras nos pólos. Segundo o texto, "estudos até então poderiam favorecer a teoria do degelo contemporâneo e o aquecimento do clima da Terra". Contudo, pondera a reportagem, "essa questão ainda não pode ser resolvida"
Arquivo/Folha de S. Paulo
1975 - Em 16 de fevereiro de 1975, a "Folha de S.Paulo" trazia uma reportagem com a pergunta "Como será o clima do futuro?". O texto mostrava as diferentes opiniões e pontos de vista que existiam entre especialistas no assunto. Mas alertava que fenômenos climáticos extremos poderiam provocar catástrofes como "fome mundial"
Arquivo/O Estado de S. Paulo
1978 - Grandes reportagens sobre as mudanças climáticas ganhavam páginas de jornais brasileiros já na década de 1970. Em 1978, o jornal "O Estado de S. Paulo" publicou matéria traduzida do Foreign Affairs com a manhcete "Mudança do clima influi no destino do homem". Temas como o relacionamento político entre as nações para lidar com o problema são tratados na reportagem
Arquivo/The Camberra Times
1979 - A edição de 28 de setembro de 1979 do The Camberra Times trazia assunto que hoje ainda é tratado como novidade. "Energia solar é necessária", diz a manchete. Segundo a publicação, a ONU alertara os países para a necessidade de investir em fontes renováveis de energia, como a solar. A reportagem fala ainda sobre a "progressiva destruição do clima mundial devido ao uso excessivo de carvão e óleo, que desequilibra a proporção de CO2 na atmosfera". Para o jornal, os efeitos do aquecimento global seriam sentidos em 40 ou 50 anos, caso nada fosse feito para contê-lo. A pesquisa em jornais australianos foi feita pelo escritor Cameron Muir, que vive em Canberra, na Austrália
Arquivo/The New York Times
1981 - As alterações na concentração de CO2 na atmosfera já eram calculadas pelo The New York Times em 1981. Reportagem do jornal do dia 17 de abril desse ano dizia que a concentração do gás de efeito estufa havia aumentado em 7% desde 1958. A publicação alertava que a queima de combustíveis fósseis e o desflorestamento iriam dobrar a concentração de CO2 na atmosfera com relação à era pré-industrial. O jornal também indicava problemas relacionados ao aquecimento global, como a fome generalizada
Arquivo/Financial Review
1988 - O jornal de finanças australiano Financial Review falava em 1988 sobre a necessidade de se criar leis que garantam o controle das emissões de gases do efeito estufa. Segundo a publicação, o governo se preocupava em regular as emissões devido à ameaça de elevação do nível dos mares, que subiria 1,3 metro em 10 ou 15 anos, alagando cidades costeiras
Arquivo/Folha de S. Paulo
1990 - A possibilidade de compensar emissões de gases de efeito estufa com iniciativas como o reflorestamento estava na agenda dos países na década de 1990, como pode ser percebido em reportagem da "Folha de S.Paulo" de fevereiro 1990. A matéria mostra que países ricos queriam compensar emissões com reflorestamento. No entanto, não tinham o interesse "em reduzir emissões de gases que geram o aquecimento global da atmosfera terrestre. A publicação é anterior ao encontro que estabeleceu a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), em que os países signatários comprometem-se a elaborar uma estratégia global para proteger o sistema climático para gerações presentes e futuras. A UNFCCC foi criada em 1992, na Conferência da ONU do Rio de Janeiro