Zoo britânico recorre a inseminação para ajudar em acasalamento de pandas
Depois de quatro anos de tentativas frustradas de acasalamento, um urso panda fêmea no Jardim Zoológico de Edimburgo, na Escócia, recebeu inseminação artificial.
Tian Tian, que em chinês significa algo como "Docinho", e seu parceiro Yang Guang ("Brilho do Sol") foram adquiridos por empréstimo junto à China em 2011 e foram os primeiros pandas a viver na Grã-Bretanha em 17 anos.
O casal anterior, Ming Ming e Bao Bao, foi devolvido à China em 1994 pelo Zoo de Londres, sem conseguir se reproduzir.
Veterinários do Zoo de Edimburgo, porém, anunciaram que também farão uma nova tentativa de acasalamento antes do fim do atual ciclo reprodutivo dos pandas, que terminou na quinta-feira.
Reabsorção
O urso, natural da região sul da China, é uma espécie ameaçada de extinção.
A decisão de fazer a inseminação artificial foi criticada pela ONG britânica de proteção aos animais OneKind, para quem o procedimento desrespeita o direito dos pandas.
"Sempre consideramos equivocada a tentativa de reprodução de pandas em cativeiro em Edimburgo quando os animais jamais voltarão à vida selvagem. E (o procedimento) não resultará num aumento de proteção à espécie", afirmou Libby Anderson, diretora para assuntos de proteção animal da OneKind.
Uma porta-voz do zoo escocês defendeu o uso da técnica de reprodução artificial e disse haver casos de filhotes de pandas nascidos em cativeiro que foram devolvidos à vida selvagem.
"Só temos uma única fêmea, então tivemos que tomar a decisão de fazer a inseminação", disse.
Ian Valentine, veterinário da Sociedade Zoológica da Escócia responsável pelos ursos, disse que a o procedimento ocorreu na madrugada de quinta-feira. Três veterinários, sob a coordenação de um especialista chinês, Wang Chengdong, participaram da sessão.
Segundo Valentine, apenas sêmen de Yang Guang foi usado na inseminação.
Segundo o último censo oficial do governo chinês, há apenas 1.864 no mundo, um crescimento populacional de 16% em relação a 2004. Mas tentativas de reprodução em cativeiro têm sido marcadas por problemas, incluindo a falta de interesse sexual por parte dos animais.
O ciclo reprodutivo é extremamente limitado e as fêmeas ovulam apenas uma vez por ano.
Desde os anos 80, o governo chinês tem emprestado pandas para zoológicos de várias partes do mundo. Os termos costumam incluir um "aluguel" de US$ 1 milhão por ano e a determinação de que filhotes nascidos durante o empréstimo sejam propriedade de Pequim. A prática faz parte do que comentaristas internacionais apelidaram de "Diplomacia dos Pandas".
Em 2013 e 2014, Tian Tian engravidou, mas seu organismo reabsorveu o feto.
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