Topo

Evo critica capitalismo na Rio+20: "Economia verde privatiza a riqueza e socializa a pobreza"

Lilian Ferreira

Do UOL, no Rio

21/06/2012 11h08

O presidente da Bolívia, Evo Morales, fez duras críticas ao capitalismo em seu um discurso na plenária da Rio+20, durante esta manhã (21). Evo reiterou que o sistema é o principal causador da crise ambiental que o planeta enfrenta hoje. Além disso, ele atacou o conceito de economia verde, tema central da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável.

" A economia verde privatiza a riqueza e socializa a pobreza. É o novo colonialismo a submeter os povos", disse o presidente boliviano. Para ele, os países do Sul "carregam sobre seus ombros a responsabilidade de proteger os recursos naturais que a economia do norte destruiu".

Segundo o presidente, estes países devem recuperar e nacionalizar seus recursos naturais, "isso não deveria ser privado". Evo foi duro ao falar que a economia verde é uma maneira de incluir o ambientalismo ao capitalismo, mercantilizando recursos naturais.

"Durante o debate geral, ouvimos falar sobre a economia verde, e de acordo com o sentimento de agentes sociais e povos indígenas, o que entendemos por economia verde é que é uma nova cor para subjulgarmos nossos povos sob o sistema do capitalismo".

"Ambientalismo é um sistema do capitalismo, que quantifica cada recurso natural e o transforma em negócio, em lucro. E faz com visão a curto prazo para o bem de poucos".

Evo foi além: "A vida não é um direito, é so mais um negócio para o capitalismo, que usa o ambiente para seu próprio fim. A natureza é uma herança comum de todo ser vivo. E o capitalismo usurpa para o bem próprio".

Para concluir, o presidente da Bolívia falou sobre a contribuição do país na área: "o Senado aprovou há alguns dias uma lei para que a Terra Mãe possa viver bem, com uma sociedade justa que possa complementar os direitos da Terra, dos povos indígenas e do povo para superar a pobreza. Na lei temos os direitos eobrigações do Estado em promover o desenvolvimento sustentável. Não podemos crescer destruindo a natureza. Há uma complementariedade de direitos. Também cria uma entidade de justiça climática no país".