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Serra catarinense atrai turistas que buscam dias de 'frio insuportável'

Lucas Azevedo

Do UOL, em Urubici (SC)

25/07/2013 13h06

O carro vermelho parado em frente a um albergue de Urubici, no planalto sul catarinense, não chamava a atenção pela espessa camada de gelo que se formou em sua carroceria durante a madrugada de quarta-feira (24), que marcou -6,2 graus Celsius (ºC). Até que o fenômeno é comum na pequena cidade que se gaba de ser uma das mais frias do Brasil. O incomum era a placa, também congelada, denunciando sua origem: Rio Branco, no Acre.

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  • Rodrigo Philipps/Agência RBS

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Dentro do automóvel, Camila Volker dirigia com dificuldade. O frio que atingiu Urubici nos últimos dias tem incomodado a mineira, que viveu por quatro anos no Acre - ela diz estar acostumada com temperaturas muito altas.

"Lá era comum fazer 40ºC. Muito quente. Aqui estranhei um pouco o clima, mas a serra é linda. Eu já tinha visto neve antes, mas aqui é lindo demais", vibrava a doutoranda de literatura enquanto visitava a cachoeira Arroio do Engenho, uma das atracões naturais da cidade.

Em todos os invernos, as cidades da serra de Santa Catarina recebem milhares de turistas à procura da neve. E eles vêm de todo Brasil. Pelas ruas se encontram automóveis com placas do interior de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e do vizinho Rio Grande do Sul.

"O gaúcho acha que conhece bastante o frio, porque lá o inverno é rigoroso. Mas aqui deu para sentir temperaturas muito menores, no Morro das Antenas [em Urupema], por exemplo, pegamos -8ºC à tarde", disse a professora Magda Oliveira.

  • Lucas Azevedo/UOL

    Carro de Rio Branco (AC) parado em frente a albergue em Urubici fica coberto de gelo

Moradores de Canoas, na Grande Porto Alegre, ela, o marido e a cadela Maia posavam para fotos no pico do Morro da Igreja, em Urubici, onde, apesar do sol do meio dia, poças d'água e pequenos lagos ainda estavam cobertos por uma grossa camada de gelo.

Assim como o casal, o doutorando Tiago Possolati - que nasceu em Minas Gerais, mas mora atualmente em Florianópolis (SC) - também se encantava com as paisagens congeladas.

"Viemos na pilha de ver neve no Brasil, que é muito melhor do que no exterior. Aqui, o contraste é enorme. No Brasil eu nunca peguei inverno com menos de 15ºC. No Morro da Igreja, estimamos que enfrentamos uma sensação de -20ºC. Intolerável, mas valeu a pena."