Caracol tem mais medo da luz do que virar comida de predadores
O caracol de água doce Radix balthica escurece sua cor para se camuflar de um provável predador, assim como faz um camaleão, mas, sobretudo, para se proteger dos raios UV (ultravioleta), revelou um estudo publicado nesta quarta-feira (18).
Além disso, se confrontado à dupla ameaça de um predador e da exposição à luz, esse pequeno caracol prefere se proteger primeiro dos raios UV, mesmo sob o risco de virar comida.
O caracol possui uma concha translúcida que recobre um manto ornamentado com manchas sombreadas. Algumas espécies apresentam apenas algumas manchas, enquanto outras são completamente negras. Essa variação da pigmentação havia sido atribuída anteriormente a diferenças genéticas entre as espécies.
Uma equipe de biólogos da Universidade de Lund, na Suécia, demonstrou, ao contrário, que a plasticidade desta pigmentação é em resposta a mudanças ambientais.
Os pesquisadores colocaram os jovens caracóis, procedentes de um mesmo local, em diferentes repositórios idênticos, mas com quatro condições de experiência diferentes: risco de predação por peixes, raios UV, risco de predação e de raios UV e um grupo de controle.
Após oito semanas, eles constataram uma pigmentação escura mais importante entre os caracóis expostos a um risco de predação em comparação com o grupo de controle. Essa coloração escura foi ainda mais importante entre aqueles expostos aos raios UV, mas, em contrapartida, com uma perda de complexidade dos padrões pigmentados.
A situação se complicou nos animais expostos aos dois riscos simultaneamente: os cientistas encontraram a mesma quantidade de pigmentos escuros entre aqueles expostos aos raios UV, com uma redução comparável da complexidade dos padrões, sinônimo de uma camuflagem menos eficiente perante os predadores.
Segundo os cientistas, isto significa que o Radix balthica, quando exposto ao mesmo tempo à luz e aos peixes predadores, faz "um acordo entre camuflagem e fotoproteção, um acordo que pode aumentar o risco de predação".
Os resultados deste estudo são publicados na revista Biology Letters, da Sociedade Real britânica.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.