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Noruega rejeita apelo do Greenpeace contra perfuração de petróleo no Ártico

Nerijus Adomaitis

Em Oslo

30/05/2014 18h01

A Noruega deu à petroleira Statoil o sinal verde para começar a perfurar o poço de petróleo mais ao norte do globo, no Mar de Barents, ao rejeitar um apelo do grupo ambientalista Greenpeace que pedia a proibição da exploração.

As petroleiras norueguesas exploram cada vez mais o norte à medida que os campos maduros do sul se esgotam e o gelo do Ártico derrete, abrindo novas áreas anteriormente inacessíveis.

Os Estados Unidos estimam que o Ártico pode conter 13% das jazidas inexploradas de petróleo do mundo e 30% das de gás.

Um porta-voz do Ministério do Clima e do Meio Ambiente confirmou nesta sexta-feira (30) um comunicado da Statoil de que rejeitou um pedido do Greenpeace e que a perfuração poderia ir adiante.

O Greenpeace argumentou que os planos de exploração da Statoil representam uma ameaça à Ilha Bear, um santuário despovoado que abriga espécies raras da vida selvagem, como ursos polares, e que um vazamento de petróleo no Ártico seria quase impossível de limpar por causa das condições climáticas severas.

A Statoil rejeitou a afirmação, dizendo haver um risco muito baixo de vazamento de petróleo e um risco extremamente reduzido de que um vazamento chegue à Ilha Bear, a cerca de 170 quilômetros do local de perfuração.

"A Statoil, portanto, tem permissão para conduzir a operação de perfuração como o planejado, incluindo a perfuração de camadas que contêm petróleo?, informou a empresa estatal.

"Nossa maior prioridade é ter operações seguras sem qualquer dano às pessoas ou ao meio ambiente", disse a vice-presidente sênior de exploração da plataforma continental norueguesa da Statoil, Irene Rummelhoff.

O Greenpeace, que classifica a Statoil como "agressor do Ártico", disse que irá continuar a bloquear o local de perfuração com seu navio Esperanza, depois que a polícia da Noruega retirou sete manifestantes da plataforma de petróleo Spitsbergen, da empresa de perfuração Transocean, que chegou na quinta-feira.

"Continuaremos com a nossa ocupação legal do local de perfuração. Não recebemos qualquer pedido das autoridades para sair, portanto consideramos que é legal", declarou o líder do Greenpeace na Noruega, Truls Gulowsen, à Reuters.

A empresa disse que atrasos no início da perfuração custam à companhia cerca de US$ 1,26 milhão por dia.

O Ministério de Petróleo e Energia norueguês declarou uma zona de segurança nos arredores do local de perfuração para impedir o bloqueio, mas o Greenpeace disse que seus advogados apelaram da decisão.

Os ativistas retirados da plataforma --da Dinamarca, Finlândia, Noruega, Filipinas e Suécia-- foram soltos sem acusação e passam bem, disse Gulowsen.

Neste verão no hemisfério norte, a Statoil planeja perfurar três poços nas áreas de prospecção Apollo, Atlantis e Mercury, na região de De Hoop, a cerca de 300 quilômetros do continente.