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Mundo tem maiores concentrações de gases estufa em 800 mil anos

Do UOL*, em São Paulo

02/11/2014 09h50

As concentrações de gases que provocam o efeito estufa na atmosfera alcançaram o nível mais elevado dos últimos 800 mil anos, anunciaram especialistas em um relatório divulgado neste domingo (2) em Copenhague.

A temperatura média na superfície da Terra e dos oceanos aumentou 0,85ºC entre 1880 e 2012, um aquecimento de velocidade inédita, destacou o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da ONU (Organização das Nações Unidas).

No Painel, os cientistas destacam que o mundo tem pouco tempo para conseguir manter o aumento global da temperatura abaixo do limite de 2ºC, meta da comunidade internacional.

As emissões mundiais de gases que provocam o efeito estufa devem parar de crescer em cinco anos e ser reduzidas a 70% até 2050. Elas precisariam desaparecer até 2100. 

Para não estourar o limite de 2°C de aquecimento, as emissões históricas de carbono devem ficar em menos de 2,9 trilhões de toneladas de gás carbônico. O planeta já emitiu 1,9 trilhão de toneladas. Segundo o relatório apresentado em Copenhague, as energias fósseis representaram 78% das emissões entre 1970 e 2010. 
 

Do total dos gases estufa emitodos, 40% permaneram na atmosfera e o restante ficou armazenado na biomassa do oceano. Por ter absorvido 30% das emissões de CO2, as águas dos mares sofreram acidificação.

 

A temperatura média na superfície da Terra e dos oceanos subiu 0,85°C entre 1880 e 2012. As três últimas décadas foram sucessivamente as mais quentes desde 1850. Na superfície dos oceanos, a temperatura aumentou 0,11ºC por década entre 1971 e 2010.

 

O relatório, o mais completo desde 2007, é o último documento do painel a ser publicado antes da 20ª cúpula do clima, que será realizada em dezembro em Lima, no Peru. No encontro são negociados acordos globais de redução de emissão de gases estufa.
 

Impactos visíveis

Segundo os cientistas, os impactos da emissão de gases estufa são visíveis em todos os continentes e todos os oceanos. Os sistemas hidrológicos, por exemplos, foram alterados pela modificação do regime de precipitações.

O calor verificado nos últimos anos também é sinal do problema. A frequência das ondas de calor aumentou em partes da Europa, Ásia e Austrália. Há regiões em que a probabilidade de ondas de calor dobrou. Hoje, locais onde as precipitações aumentaram são mais numerosas do que aquelas que registraram queda.

 

O derretimento dos gelos, afetando a disponibilidade e a qualidade da água, é outro impacto verificável em diversas regiões do planeta. Houve também influência na fauna e na flora, com modificações nas migrações de aves e na quantidade de indivíduos de numerosas espécies animais e vegetais, marinhas e terrestres.
*Com agências de notícias.