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Para evitar extinção, cientistas vão guardar óvulos das últimas fêmeas de rinoceronte branco

Tony Karumba/AFP
Imagem: Tony Karumba/AFP

Em Praga

14/03/2017 14h05

As duas últimas fêmeas de rinoceronte branco do norte que existem no mundo, Fatu e Naeem, serão estimuladas hormonalmente este ano para obter óvulos para que possam ser fecundados em um laboratório, após o sucesso de uma equipe de especialistas com a subespécie irmã, o rinoceronte branco do sul.

"É o mamífero do planeta que está em maior perigo de extinção", afirmou à Agência Efe Jan Stejskal, porta-voz do zoológico tcheco de Dvur Kralove, proprietário dos animais, que vivem atualmente na reserva Ol Pejeta Conservancy, no Quênia.

Com o método de extração do gameta feminino conhecido como aspiração folicular (OPU, ovum pick-up em inglês) tentarão salvar a subespécie do rinoceronte branco do norte (Ceratotherium simum cottoni), da qual existem apenas cinco exemplares na atualidade, que são incapazes de se reproduzirem por meios naturais.

Os óvulos das fêmeas serão depois fecundados com esperma congelado, para tentar obter embriões que serão também congelados.

"É mais viável congelar um embrião que um óvulo", explicou Stejskal.

Isto dará tempo aos especialistas para que possam desenvolver a técnica de implantação no útero de uma fêmea de rinoceronte branco do sul (Ceratotherium simum simum), que será a mãe substituta.

A razão é que Fatu, por uma certa patologia no útero, e Naeem, por defeitos em suas patas traseiras, "não podem levar a bom termo a gestação", disse o porta-voz.