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Justiça manda refinaria norueguesa depositar R$ 150 milhões por danos ambientais no Pará

Águas apresentaram níveis elevados de alumínio e outras substâncias associadas aos rejeitos da Hydro Alunorte - Ibama
Águas apresentaram níveis elevados de alumínio e outras substâncias associadas aos rejeitos da Hydro Alunorte Imagem: Ibama

10/04/2018 11h06

A Justiça do Pará deferiu ação civil pública impetrada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) e determinou à Hydro Alunorte, maior produtora de alumina do mundo, que deposite em juízo R$ 150 milhões ao Estado pelos supostos danos ambientais causados em Barcarena.

A empresa --controlada pela norueguesa Norsk Hydro-- admitiu ter despejado efluentes pluviais não tratados de sua refinaria no meio ambiente, em uma região amazônica, mas refuta acusações de autoridades, de que os materiais seriam tóxicos e de que teriam contaminado rios e solos locais.

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Na decisão, a Justiça determinou ainda que a empresa deve apresentar, no prazo de 60 dias, o plano de recuperação da área afetada, segundo informou o governo do Pará em seu site, na noite de segunda-feira.

Uma multa diária de 100 mil reais foi fixada em caso de descumprimento da decisão judicial.

O despacho foi expedido pelo juiz Emersom Benjamin Pereira de Carvalho, da 1ª Vara Cível e Empresarial do município, segundo a nota do governo.

De acordo com o Estado, o juiz determinou o depósito do valor em juízo como maneira de assegurar o efetivo cumprimento dos pedidos feitos na tutela em caráter de urgência.

"Os supostos danos tratados nestes autos possuem repercussão de ampla magnitude, nas mais variadas esferas, haja vista a possibilidade de lesão ao meio ambiente, à vida, a dignidade e a saúde dos seres afetados, devendo prevalecer à adoção imediata de medidas que façam cessar e reparar os danos socioambientais em foco, bem como prevenir a ocorrência de novos prejuízos", disse o juiz no despacho.

Nesta terça-feira, a Norsk Hydro informou que cortará a produção de alumínio na unidade da Albras, no Brasil, em 50 por cento, devido a uma disputa não resolvida envolvendo sua fábrica de alumina Alunorte, que fornece a matéria-prima.