Fenômeno nos EUA mata peixes e espanta turistas, mas pode ser bom para o meio ambiente
O estado norte-americano da Flórida declarou situação na emergência neste mês devido à maré vermelha, um fenômeno caracterizado pelo aumento de algas nas águas que eliminam toxinas e matam os peixes. Apesar de ser recorrente na região, em 2018 a intensidade é a maior em uma década.
Como resultado, as praias da região estão cheias de animais mortos, e o mau cheiro afasta os turistas, impactando a economia. Mais de cem toneladas de peixes e crustáceos foram retirados das águas nas últimas semanas.
Só na semana passada, 12 golfinhos apareceram mortos na costa do condado de Sarasota. Normalmente, este é o número de cetáceos mortos em um ano inteiro.
"É física e mentalmente esgotante", disse Gretchen Lovewell, encarregada de uma equipe do Mote Marine Laboratory, que recolhe tartarugas e mamíferos marinhos em risco ou mortos.
Ela e outros dois colegas estiveram "trabalhando literalmente dia e noite" no local, acrescentou Lovewell.
A maré vermelha é um fenômeno natural. É causada por um organismo unicelular microscópico denominado Karenia brevis, único no Golfo de México.
Este organismo libera um poderoso neurotóxico que pode ser transmitido pelo ar e causa aos humanos dores de cabeça, irritação nos olhos, tosse e asma. Mas pode ser mortal para os animais marinhos.
Ainda assim, o fenômeno pode ser benéfico para o meio ambiente, dizem alguns ecologistas ouvidos pela AFP. Eles opinam que a devastação equivale a uma "limpeza" no ecossistema local.
A Karenia brevis é encontrada o ano todo em níveis baixos. Mas, quando se multiplica, as tartarugas marinhas e os peixes-boi podem inalá-la ou comer algas infectadas pelo neurotóxico. Os sintomas incluem desorientação, falta de coordenação e convulsões.
Há casos de maré vermelha documentados pelos exploradores espanhóis, inclusive no século 16.
"Mas a pergunta agora é o que nós podemos estar fazendo para que a maré vermelha aumente e permaneça por mais tempo", disse Richard Pierce, cientista sênior do Mote Marine Laboratory e especialista em ecotoxinas.
O atual surto de maré vermelha na Flórida começou em outubro de 2017 e piorou consideravelmente nas últimas semanas.
Espalhou-se ao longo da costa oeste da Flórida, em um trecho de 320 quilômetros de Tampa a Naples.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.